Síndrome do Pnico cresce entre a população
Especialista dá dicas de como diagnosticar e tratar a doença
A síndrome ou transtorno do pnico levou considerável tempo para ser reconhecida como doença, devido aos inúmeros sinais que apresenta. Trata-se de uma condição mental psiquiátrica que faz com que o indivíduo tenha ataques de pnico esporádicos, intensos e muitas vezes recorrentes.
De acordo com José Moromizato, médico que atua há 20 anos como cirurgião e que pela sua vasta experiência percebeu a relação que existe entre a saúde mental e fisica, essa moléstia já atinge 4% da população mundial sendo três vezes mais em mulheres do que nos homens. “É muito extensa a faixa etária atingida por esse mal, embora grande parte esteja entre os 20 e 40 anos, no auge do período profissional. Tem-se constatado também em grande número de mulheres que iniciam o período da menopausa”, alega.
O especialista revela que o perfil do paciente que é atingido pela crise do medo é de uma pessoa com a mente muito ágil e perfeccionista, com tendência a assumir responsabilidades além do seu próprio limite. “Quando a vida traz uma situação inesperada e traumatizante (geralmente perda de entes queridos e abalos financeiros) o nível de estresse é tão alto que este indivíduo entra em crise, caracterizada por taquicardia (batimentos acelerados e intensos do coração), sudorese sem febre, enjôos, dor de cabeça e no tórax, sendo muito confundida com um infarto”, argumenta.
O sentimento de impotência perante os sintomas físicos e a falta de controle emocional levam ao desespero, com a nítida impressão de morte próxima. “Geralmente, estes sintomas físicos o fazem buscar ajuda em prontos-socorros e clínicas de emergências. O susto dá vez para o alívio e ao mesmo tempo à frustração ao saber que não se trata de nenhuma patologia física.
|
Gradativamente o doente, com medo das crises, vai afastando-se dos seus afazeres diários e procura não entrar em contato com situações que ameacem desencadear outras crises (como ambientes cheios de pessoas, transportes públicos e lugares fechados). Ele se isola cada vez mais no único lugar que julga ser seguro, o próprio lar”, explica Moromizato.
Embora toda essa sintomatologia dê a impressão de que a indisposição é progressiva e incurável, quando diagnosticada apresenta resultados positivos e rápidos durante o tratamento. “A grande demora encontra-se na análise, pois os sintomas acobertam a verdadeira causa do problema, que é emocional. Se o indivíduo começa a ter freqüentes palpitações, procura um cardiologista, se sofre de dores durante as crises procura um neurologista ou reumatologista”, adverte o médico.
O especialista ilustra que atualmente os tratamentos mais indicados são os que combinam medicação ansiolítica com psicoterapia. Esta última visa entre muitas coisas auxiliar o paciente no resgate da autoconfiança necessária ao domínio das crises, através da consciência de si próprio. “É bom lembrar que ansiedade é uma sensação inerente ao ser humano e que o leva a tomar decisões, agir, defender-se do perigo. O grande problema é quando essa percepção torna-se presente de maneira exacerbada em nossas vidas, diminuindo o prazer de trabalhar, estudar, e comprometendo os relacionamentos de modo geral”, finaliza.
|