A sexualidade na terceira idade: realidade ou utopia?
O desejo tem idade? Como envelhecer de maneira saudável numa sociedade que valoriza o novo? Até bem pouco tempo parecia impossível uma pessoa acima de 60 anos ser sexualmente ativo, pois era considerado velho para tal. Hoje, com os avanços da medicina, e o aumento da expectativa de vida a realidade é outra. Acredita-se cada vez mais, que a sexualidade não esteja vinculada à idade cronológica e pode ser exercida pelo idoso sem necessidade de abstinência.
Pesquisa realizada com pessoas na faixa etária dos 70 aos 80 anos demonstra que os sujeitos possuem uma sexualidade ativa, apenas há a redução da freqüência da prática sexual em favor de uma melhor qualidade, relacionada ao tempo de convivência com o companheiro. Em relação ao gênero feminino, muitas mulheres antes reprimidas sexualmente, referem usufruir de maior prazer sexual que quando eram jovens.
Em relação à potência masculina podemos perceber que ocorrem diversas crenças e mitos relacionados à boa alimentação. Há experiências positivas relacionadas ao uso de medicamentos modernos para a disfunção erétil, com melhora da qualidade de vida sexual. Em compensação, em relação à DST/AIDS, os sujeitos entrevistados apesar de terem algum conhecimento sobre estas patologias, não valorizam o uso do preservativo. Podemos inferir que isto se deve a crença de que "quem ama confia" demonstrando certo descaso com a realidade atual da epidemia da AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis.
Apesar de a literatura classificar como idoso, pessoas acima de 60 anos, temos que levar em consideração os diversos tipos de idade: a biológica, a psicológica e a sociológica. O enfoque sobre envelhecimento deve levar em consideração a capacidade e as potencialidades individuais.
O viver saudável do idoso inclui a aceitação das práticas amorosas e manifestações sexuais em pessoas que se encontram nesta faixa etária.
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Esse tema tem recebido a atenção de vários pensadores, devida sua importncia, pois a sociedade, por muito tempo acreditou que a atividade sexual desaparecia com a idade. Essa idéia (falsa) é responsável por grande parte das recusas por tratamento para dificuldades sexuais na terceira idade e busca pela prevenção de doenças. No entanto, a atividade sexual sempre esteve presente na sociedade ocidental ligada ao sentimento de amor, entrega e carinho.
Esse artigo traz uma abordagem de supra importncia para um momento do qual a ciência junto com a medicina vem aumento a largos passos a longevidade de todos nós. Contudo, para que esse investimento ocorra com absoluto sucesso é preciso que a sociedade e em especial o mercado de trabalho evolua da mesma forma.
A melhor maneira de aumentarmos nosso tempo de vida é sempre estarmos atuando de forma preventiva no que tange a saúde física e mental. O idoso não pode ser encostado pelo mercado de trabalho, perder sua dignidade humana. Ouvir frases famosas como: "O senhor deveria sair com amigos, jogar cartas....". Não. Esse publico que chamamos de idoso tem muito a oferecer e precisamos aceitar isso e começar a valorizar o conteúdo que essas pessoas tem.
O conteúdo e a sabedoria que um idoso possui nenhum jovem de 25 anos tem. E quando falamos de mercado profissional, o idoso passar a ser aquele que atinge 50 anos.
Dra. Sonia Maria Rezende Camargo de Miranda
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