PERFUME DO FADO
Passeei os meus versos pela mão
Pelos bairros dessa Lisboa velhinha,
P´ra que sentissem do fado a emoção,
E respirassem o perfume que ele tinha!...
Ao passar pelas vielas perguntaram
Se fora ali que morou o velho fado
Vendo as relíquias que do fado ali ficaram
Como padrões a atestar o seu passado...
Nossa Lisboa ao ver-nos, feliz ficou...
Tomou connosco café no velho Chiado
Na mesma mesa onde Pessoa o tomou!...
Eu e os meus versos pelos bairros lado a lado,
Vimos que o tempo do fado pouco levou,
Porque ‘inda hoje qualquer bairro cheira a fado!...
Euclides Cavaco