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FILOSOFIA: Grandes Filósofos - René Descartes de La Haye
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De: Lúcia Dias  (Mensaje original) Enviado: 02/08/2009 23:28

René Descartes de La Haye
(1596-1650 d.C.)

 

René Descartes, filósofo e matemático francês (Haia, atual Descartes, Indre-et-Loire, 1596 - Estocolmo 1650).

Após percorrer a Europa, foi soldado, experimentou a vida mundana e finalmente retirou-se para a solidão, na Holanda, onde passou 20 anos. Sentindo-se aí inseguro, por causa de suas opiniões filosóficas, aceitou o convite da rainha Cristina e fixou-se na Suécia em 1649, onde morreu, de pneumonia, no ano seguinte. Seus principais escritos em latim são: Regras para a direção do espírito (escrito em 1628 e publicado em 1701), Meditações (1641), Princípios da filosofia (1644); em francês: Discurso sobre o método (1637) e As paixões da alma (1649). A obra de Descartes estende-se a todos os domínios, mas sua primeira preocupação é fundar o método que permite ter acesso ao conhecimento claro e distinto, aquele cuja veracidade situa-se em Deus. O método se aplica a todas as ciências do universo e a questão metafísica não é o fundamento necessário, mesmo que ela, de certa maneira, garanta a validade do conjunto da filosofia cartesiana. O problema é, aliás, inteiramente atual porque, no momento em que Descartes se preparava para publicar um tratado contra a escolástica, Galileu foi condenado, e o filósofo julgou mais prudente renunciar à publicação.

Fez aparecer então o Discurso sobre o método, tentativa de conceber a unidade das pesquisas que empreendeu em física e astronomia. Esta obra iria ter sobre a história das ciências uma influência considerável, pois reforçava a ligação entre experiência e conhecimento. Para Descartes, a metafísica, isto é, a prova racional da existência de Deus (que existe porque torna possível precisamente esta prova), funda a validade do seu método. Nas Meditações, Descartes empreendeu um procedimento original e decisivo na história da filosofia ocidental. Num primeiro tempo, demonstrou que é possível e, logo, necessário, duvidar de tudo, exceto da própria dúvida. Há, pois, face ao mundo exterior ou interior, a evidência de um ato de pensar, o cogito. Este pensar, que é pensar sobre o mundo ou pensar sobre si, mas de todo modo pensar sobre alguma coisa, prova pois, que existe um ser que pensa, mas o algo que é objeto de pensamento não tem existência assegurada como entidade autônoma: pode ser uma quimera forjada por um espírito mau que se diverte em enganar o eu pensante. Por que não concluir pela existência deste espírito mau? Simplesmente porque Deus existe: é ele quem garante o objeto do pensamento, quer este seja o mundo ou o eu.

A física cartesiana depende estreitamente da sua metafísica: a racionalidade do mundo físico e biológico expressa-se exclusivamente em termos de causa e efeito; a racionalidade, de que Descartes lançou os fundamentos, aproxima-se do mecanicismo no que concerne ao vivo (teoria do animal-máquina). Descartes enunciou as leis do reflexo e da refração da luz. Em matemática, criou a geometria analítica com Fermat, enunciou as propriedades fundamentais das equações algébricas e simplificou as notações algébricas.

 



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