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POESIA INFANTIL: A Arca de Noé
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De: Lúcia Dias  (Mensaje original) Enviado: 13/08/2009 15:11
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A Arca de Noé

Sete em cores, de repente

O arco-íris, se desata

Na água límpida e contente

Do ribeirinho da mata.

 

O sol, ao véu transparente

Da chuva de ouro e de prata

Resplandece resplendente

No céu, no chão, na cascata.

 

E abre-se a porta da Arca

De par em par: surgem francas

A alegria e as barbas brancas

Do prudente patriarca.

 

Noé, o inventor da uva

E que, por justo e temente

Jeová, clementemente

Salvou da praga da chuva.

 

Tão verde se alteia a serra

Pelas planuras vizinhas

Que diz Noé: “Boa terra

Para plantar minhas vinhas!”

 

E sai levando a família

A ver; enquanto, em bonança

Colorida maravilha

Brilha o arco-da aliança.

 

Ora vai, na porta aberta

De repente, vacilante

Surge lenta, longa e incerta

Uma tromba de elefante.

 

E logo após, no buraco

De uma janela, aparece

Uma cara de macaco

Que espia e desaparece.

 

Enquanto, entre as altas vigas

Das janelinhas do sótão

Duas girafas amigas

De fora as cabeças botam.

 

Grita uma arara, e se escuta

De dentro um miado e um zurro

Late um cachorro em disputa

Com um gato, escouceia um burro.

 

A Arca desconjuntada

Parece que vai ruir

Aos pulos da bicharada

Toda querendo sair.

 

Vai! Não vai! Quem vai primeiro?

As aves, por mais espertas

Saem voando ligeiro

Pelas janelas abertas.

 

Enquanto, em grande atropelo

Junto à porta de saída

Lutam os bichos de pêlo

Pela terra prometida.

 

“Os bosques são todos meus!”

Ruge soberbo o leão

“Também sou filho de Deus!”

Um protesta; e o tigre – “Não!”

 

Afinal, e não sem custo

Em longa fila, aos casais

Uns com raiva, outros com susto

Vão saindo os animais.

 

Os maiores vêm à frente

Trazendo a cabeça erguida

E os fracos, humildemente

Vêm atrás, como na vida.

 

Conduzidos por Noé

Ei-los em terra benquista

Que passam, passam até

Onde a vista não avista.

 

Na serra o arco-íris se esvai…

E… desde que houve essa história

Quando o véu da noite cai

Na terra, e os astros em glória.

 

Enchem o céu de seus caprichos

É doce ouvir na calada

A fala mansa dos bichos

Na terra repovoada.”

 

Telma



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