Coube ao major general Hu dar, ontem, ao início da manhã, a feliz notícia: "Encontrámos cerca de 700 pessoas vivas em três aldeias a noite passada e outras 26 esta manhã. Há 25 helicópteros que estão a ser enviados para as retirar".
A maioria dos habitantes das três povoações da região montanhosa a Sul de Taiwan conseguiu alcançar um pico - antes da onda de lama e de pedras atingir as suas casas - de onde foi resgatada pelas equipas de socorro.
Outros residentes foram encontrados "nas aldeias isoladas e parcialmente soterradas pela lama e pelas inundações", tendo sido "retirados em helicópteros", adiantou o porta-voz militar. Desde o fim-de-semana que as autoridades locais deslocaram quase um milhar de residentes da região da ilha, atingida pelo tufão Morakot que já provocou 103 mortos, 63 dos quais em Taiwan.
As operações de socorro continuaram a realizar-se durante o dia de ontem em diferentes zonas da ilha, mas centenas de pessoas eram ainda dadas como desaparecidas, estando provavelmente debaixo do solo.
No conjunto dos países asiáticos mais afectados pela passagem do Morakot e pela tempestade tropical Etau - Filipinas, China e Taiwan - terão morrido mais de uma centena de pessoas.
O tufão Morakot já é o mais mortal ocorrido em Taiwan nos últimos 50 anos. Em Agosto de 1959, um outro provocou 667 mortos e cerca de um milhar de desaparecidos. O último (que causou 61 desaparecidos e 45 feridos), ocorreu em Liukuai.
Para além das 70 vítimas mortais em Taiwan, os danos materiais causados são estimados em cerca de 275 milhões de dólares.
As operações de resgaste foram interrompidas a meio da manhã de ontem devido às chuvas fortes, tendo até esse momento sido evacuadas 192 pessoas.
Hu não confirmou quantas pessoas ficaram soterradas em Hsiaolin, mas os media avançaram com cerca de 600.
"Eu vi a montanha formar-se em poucos segundos como numa explosão e cobrir tudo: 600 ou 700 pessoas terão ficado enterradas e com poucas hipótesesde serem salvas", disse Hung Chin-bao, de 56 anos. Mais de 200 habitantes de Hsiaolin foram salvos, sem se saber, contudo, quantos (dos cerca de mil) aldeões estavam em casa quando se deu o aluimento.
* COM FRANCE PRESS E REUTERS