Meu nome é Poesia
É só uma pobre garota Aquela que, na madrugada, vem Apenas um velho e sujo vestido branco, Pés descalços, unhas mal-feitas Rosto entristecido, lágrimas constantes É um fantasma que vaga perdido Que vaga, devagar... Tem as mãos cortadas, E o sangue, mancha-lhe o vestido Mas não mostra dor, nem aflição Mostra tristeza, mas dor não sente Parece cansada, estende-me a mão E fujo e ignoro e rezo pra que suma Mas ela não me deixa... Tenho medo, mas não sei porque o tenho Ela não ameaça, não diz nada, não sorri... Fica ali, parada... Hoje, não rezei pra que sumisse... E segurei a mão que ela sempre estendia... Estava fria, suja e machucada... Mas era confortante, passava-me Paz. Perguntei-lhe o nome, E ela que nunca havia dito uma só palavra Respondeu com um leve sorriso: Meu nome é Poesia... E sumiu para sempre... Agora, sou eu o fantasma Rezo sempre pra que ela volte Minha vida é vaga E vago, devagar...
Leonardo dos Santos e Santos
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