ANEURISMA DA AORTA ABDOMINAL
O que é?
Os aneurismas são definidos como uma dilatação
localizada e permanente da parede arterial maior do que 50% do seu
dimetro normal. O termo ectasia é reservado para dilatações menores e
difusas. Os aneurismas da aorta abdominal são mais freqüentes em homens
numa proporção de 4:1 e verifica-se que em mais do que 50% dos
pacientes a hipertensão arterial está presente. A incidência do
aneurisma da aorta abdominal é de 30 a 66 casos por 1000 habitantes.
Como se desenvolve?
Os aneurismas derivam de um enfraquecimento da
parede arterial, ou de uma solicitação anormal sobre um segmento desta
parede, ou então de uma combinação desses fatores. Qualquer tipo de
alteração da parede arterial quer congênita ou adquirida, que provoque
enfraquecimento ou comprometa a resistência da parede arterial, pode se
constituir no agente etiológico da formação do aneurisma em uma
artéria.
A arteriosclerose é a causa mais freqüente
dos aneurismas arteriais. A evolução da placa de ateroma para lesão
estenosante (uma lesão que fecha a luz do vaso) é bem definida, no
entanto a evolução para aneurisma não é bem clara.
O que se sente?
O aneurisma da aorta abdominal muitas vezes
pode ser assintomático, sendo percebido durante um exame clínico ou
através de exame complementar para investigar outra doença. O paciente
pode referir uma pulsação no abdômen; na palpação percebe-se uma massa
pulsátil. Pode o paciente referir um desconforto abdominal mal
definido.
Na presença de dor abdominal de início agudo
e de forte intensidade é possível que o aneurisma esteja em processo de
rotura. No processo de rotura do aneurisma o paciente refere dor
abdominal, podendo apresentar hipotensão severa.
Como se faz o diagnóstico?
Normalmente o aneurisma da aorta abdominal é
detectado ao exame clínico de rotina quando tem em torno de cinco cm de
dimetro. O Rx simples de abdômen em perfil pode mostrar a calcificação
da parede aneurismática, delineando o aneurisma em seus limites.
A ecografia abdominal, em virtude de sua
inocuidade, baixo custo e resolutividade, tem sido o exame mais usado
para o diagnóstico. A ecografia é usada para seguimento dos aneurismas,
naqueles casos não operados.
A tomografia computadorizada proporciona
imagens mais precisas que a ecografia, dando informações mais completas
em relação aos limites, tamanho e localização do aneurisma.
A aortografia (arteriografia) também pode ser
utilizada, porém não é um exame indispensável para todos os casos de
aneurisma. Em alguns casos é um exame necessário para programação da
cirurgia. No entanto não serve como exame de rotina; pode falhar na
delimitação do aneurisma e até mesmo no diagnóstico.
A ressonncia magnética proporciona uma ótima
imagem para o diagnóstico do aneurisma, porém é um exame caro e
presente em poucos centros médicos.
Como se trata?
Os aneurismas da aorta abdominal, quando não
operados, podem apresentar complicações como a trombose aguda, embolia
arterial, corrosão de corpo vertebral e compressão de estruturas
vizinhas. Porém, a complicação mais freqüente e temida dos aneurismas é
a ruptura. Em virtude basicamente da rotura, é indicada a cirurgia do
aneurisma. Os aneurismas, em processo de ruptura ou expansão rápida,
são sintomáticos e tem indicação cirúrgica indiscutível.
Os aneurismas assintomáticos têm indicação
cirúrgica eletiva e obedecem a alguns critérios, como o risco de
ruptura, risco da cirurgia e expectativa de vida do paciente. O risco
de ruptura é basicamente relacionado ao dimetro do aneurisma. Os
aneurismas com dimensões maiores têm um risco mais elevado de
rompimento.
A cirurgia consiste na retirada do
aneurisma, com restabelecimento do fluxo arterial com uso de prótese
(cirurgia convencional). Quando se usa a técnica endovascular, é
colocada uma prótese internamente ao aneurisma, com exclusão do mesmo.