Mitologia irlandesa
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A mitologia da Irlanda pré-cristã
não sobreviveu inteiramente à conversão ao cristianismo, mas boa parte
dela foi preservada, removido o seu significado religioso, na literatura medievalirlandesa, a qual representa o mais abrangente e o mais bem preservado de todos os ramos da mitologia celta.
Embora muitos dos manuscritos não tenham sobrevivido e ainda mais
material provavelmente jamais tenha sido regist(r)ado pela escrita, há
ainda o bastante para possibilitar a identificação de quatro ciclos
distintos, embora sobrepostos: o Ciclo Mitológico Irlandês, o Ciclo do Ulster, o Ciclo Feniano e o Ciclo Histórico Irlandês.
Há também certa quantidade de textos mitológicos sobreviventes que não
se encaixam em quaisquer dos ciclos. Em acréscimo, há um grande número
de contos de fadas regist(r)ados que, embora não sejam estritamente mitológicos, apresentam personagens de um ou mais destes quatro ciclos.
Ciclo mitológico
O Ciclo Mitológico Irlandês, contendo histórias dos antigos
deuses e das origens dos irlandeses, é o menos preservado dos quatro
ciclos. As fontes mais importantes são o Metrical Dindshenchas ou Lore of Places ("Folclore dos Lugares") e o Lebor Gabála Érenn ou Book of Invasions ("Livro das Invasões"). Outros manuscritos preservam estes contos mitológicos, tais como O Sonho de Angus, A Corte de Étain e Cath Maige Tuireadh, A (segunda) Batalha de Magh Tuireadh. Uma das mais bem conhecidas de todas as histórias irlandesas, Oidheadh Clainne Lir ou "A Tragédia dos Filhos de Lir", é também parte deste ciclo.
Lebor Gabála Érenn é uma pseudo-história da Irlanda, remontando a linhagem dos irlandeses até Noé. Conta uma série de invasões ou "tomadas" da Irlanda por uma sucessão de povos, um dos quais era o povo conhecido como os Tuatha Dé Danann, que se acreditava terem habitado a ilha antes da chegada dos Gaels ou milesianos. Eles encararam a oposição de seus inimigos, os Fomorianos, liderados por Balor do Olho Gordo. Balor foi eventualmente assassinado por Lug Lámfada
(Lug do Braço Longo) na segunda batalha de Magh Tuireadh. Com a chegada
dos Gaels, os Tuatha Dé Danann se retiram para os subterrneos e se
tornam o povo das fadas do mito e lenda posteriores.
A Metrical Dindshenchas é a grande obra onomástica
da antiga Irlanda, dando os nomes lendários de lugares significativos
numa seqüência de poemas. Inclui significativa informação sobre figuras
e histórias do Ciclo Mitológico Irlandês, incluindo a Batalha de
Tailtiu, na qual os Tuatha Dé Danann foram derrotados pelos milesianos.
É importante observar que lá pela Idade Média, os Tuatha Dé Danann
não eram vistos propriamente como deuses, mas como um povo mágico capaz
de mudar de forma, numa antiga Era de Ouro irlandesa. Textos tais como Lebor Gabála Érenn e Cath Maige Tuireadh
os apresentam como reis e heróis do passado distante, incluindo
histórias sobre suas mortes. Todavia, existe considerável evidência,
tanto em textos quanto no mundo céltico mais amplo, de que outrora eles
eram considerados divindades.
Mesmo depois de terem sido removidos do posto de governantes da Irlanda, personagens tais como Lug, as Mórrígan, Angus e Manannan aparecem em histórias que se passam séculos mais tarde, denunciando sua imortalidade. Um poema no Livro de Leinster lista muitos dos Tuatha Dé, mas conclui dizendo "embora [o autor] os enumere, ele não os venera". Goibniu, Creidhne e Luchtaine são denominados Trí Dée Dána ("três deuses de habilidade"), e o nome Dagda é interpretado em textos medievais como "o deus bom". Nuada é afim do deus pré-histórico britnico Nodens; Lug é um reflexo da divindade pan-celta Lugus; Tuireann pode ser relacionado ao Taranis gaulês; Ogma à Ogmios; e Badb à Catubodua.
] Outras importantes personagens Tuatha Dé Danann