Moras num livro
Moras num livro
Moras num livro envelhecido pelo tempo
Em que encerrei o teu corpo, príncipe da fantasia
Na infncia longínqua em que o destino nos sorria
E onde te fiz cativo da infinidade de um momento.
Hoje abri esse livro com perfume a nostalgia
E de novo te amei em cada promessa louca e renovada.
Estavas inteiro, esculpido nas palavras da poesia
De semblante efebo e de olhar quedo no nada.
Infante forjado numa manhã serena e fria,
Desejo seria colher-te das descoradas folhas de papel,
E levar-te a beijar o vento nas asas de um corcel
Sou a mesma criança absorta e de face vazia,
De olhos negros e fundos como o coração da noite.
Moras num livro, onde o idílico amor ainda é doce...
@utora - Júlia Adriana Moura