Pagina principale  |  Contatto  

Indirizzo e-mail

Password

Registrati ora!

Hai dimenticato la password?

TUDO EM PORTUGAL
Felice compleanno DamitaBr !
 
Novità
  Partecipa ora
  Bacheche di messaggi 
  Galleria di immagini 
 File e documenti 
 Sondaggi e test 
  Lista dei Partecipanti
 BEM VINDOS 
 PRINCIPAL 
 QUEM SOMOS 
 REGRAS DO GRUPO 
 FELIZ NATAL 
 FELIZ ANO NOVO 
 
 
  Strumenti
 
General: PESSOAS QUE MACHUCAM SEM BATER...
Scegli un’altra bacheca
Argomento precedente  Argomento successivo
Rispondi  Messaggio 1 di 1 di questo argomento 
Da: ZÉMANEL  (Messaggio originale) Inviato: 23/09/2009 19:03

PESSOAS QUE MACHUCAM SEM BATER...

(Martha Medeiros)

É fácil deixar uma pessoa emocionalmente em frangalhos. É só mirar no peito e atirar com palavras. Um dos maiores dramas femininos é a violência dentro de casa. Milhares de mulheres apanham do marido e do namorado. Não importa se são pobres ou ricas, analfabetas ou cultas: apanham uma, duas, três vezes e, em vez de fazerem a malinha e darem um novo rumo às suas vidas, mantêm-se onde estão, roxas e orgulhosas.

A maioria suporta a situação porque não tem como se sustentar, não tem para onde levar os filhos, elas estão nesse mundo sem pai nem mãe. Mas há outro motivo curioso: muitas mulheres encaram a surra como um contato íntimo. Na falta de um beijo, aceita-se um tapa. Dói, mas ninguém pode dizer que não existe uma relação a dois. É uma maneira masoquista de se fazer notar, de não se sentir ignorada pelo companheiro. Apanho, logo existo.

Que é medieval, nem se discute. Mas a humanidade convive há séculos com essas armadilhas, com essas cenas em que cada um interpreta como lhe convém. Podemos nos apiedar de quem sofre maus tratos em nome desse amor fora dos padrões, mas a verdade é que apanhamos todas, todos. Diga aí quem nunca machucou, quem nunca foi machucado, mesmo sem trazer marcas visíveis. Algumas pessoas são experts em não deixar cicatrizar velhas feridas, em fazer dor no ponto frágil. Insinuações doem, acusações injustas doem, desapego dói, indiferença, então. É justamente dentro das relações mais íntimas que se obtêm as melhores armas. A vulnerabilidade é terreno fértil para surras psicológicas.


Deixar uma pessoa emocionalmente em frangalhos não é passível de condenação. Não é crime, não deixa marcas de sangue no tapete. Mira-se no peito, atira-se com palavras, e os estilhaços caem para dentro. A violência física não tem essa premeditação. Ela caracteriza-se pela falta absoluta de controle. No momento em que se agride alguém com socos e pontapés, atravessa-se a fronteira do racional: vigora a degradação, a selvageria, o fim da civilidade. Por isso, preferimos a agressão verbal, que, apesar de também machucar, ao menos mantém a ordem.

O ideal, no entanto, seria escaparmos ilesos de qualquer brutalidade e convivermos apenas com abraços, sorrisos e palavras gentis, coisa que acontece geralmente, entre quem mal se conhece. A ternura full time só é comum entre pessoas cujas vidas não se misturam, não trazem conseqüências uma para a outra. Já a intimidade permite que a mágoa brote, transformando rancor em munição. Mike Tyson ao menos ganhava bem para bater e levar. No ringue, todo mundo perde.

*****************

Paz, Amor e Luz!



Primo  Precedente  Senza risposta  Successivo   Ultimo  

 
©2025 - Gabitos - Tutti i diritti riservati