Hoje levantei...
Com a madrugada se escondendo do dia. Eu me viro e reviro nessa cama, a revirar as cobertas; jogando-as afastando-as, refugando-as.
Sim, as vestes dessa cama a me cobrir num esconderijo angustiado como um limite aos meus actos.
Não! Isso me tortura na lembrança que ali amarrotados estão lençóis, cobertas, fronhas num virado resumo, resultado de uma mexida louca.
Ali, juntos, colados, aquecidos, unidos, num molhado de suores adocicados, balbúrdia de momentos preciosos, onde eu e você dispensamos tudo em cobertas e ficamos ao tocar em arroubos prazerosos.
Hoje levantei mirando você nessa doçura de mulher e, acometido novamente em chamamento de desejos, volto a deitar novamente e envolver-me em seu ser numa junção de cobertas, misturas essas, que somente eu e você possuímos.
“você e eu sentimos tudo isso e sentiremos muito mais ainda” |