As artistas Ginou Choueiri e Ju Duoqi têm em comum o dom de transformar legumes em obras de arte. A primeira, libanesa, resolveu retratar amigos, familiares e políticos em batatas. Já a chinesa, recriou telas de artistas famosos utilizando gengibre, couve, tofu e cebolas.
O famoso “A Liberdade Guiando o Povo”, de Eugéne Delacroix, transformou-se em “A Liberdade Guiando os Legumes”. Outras releituras de Ju Duoqi foram Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, e O Beijo, de Klimt. As fotos das obras da artista estão reunidas na coleção intitulada Museu do Legume, exposta na Galeria de Fotografia Paris-Pequim, na capital da China.
Formada pela Escola de Belas Artes de Sichuam, a chinesa começou a enxergar os legumes com outros olhos há cerca de três anos. “No verão de 2006, eu comprei alguns quilos de ervilhas e fiquei sentada lá, quietinha, por dois dias, descascando, antes de colocá-las em um arame e transformá-las em uma saia, uma blusa, um adereço para a cabeça e uma varinha mágica. Eu usei controle remoto para tirar uma foto de mim mesma vestida com eles”, contou Ju Duoqi.
Com a libanesa Ginou Choueiri tudo começou como uma brincadeira e acabou virando sucesso com exibições em Barcelona, Turim e Beirute. Ao todo são mais de mil batatas que mostram figuras conhecidas como o ex-presidente americano George W. Bush e o líder político libanês Saad Hariri.
A ideia teve início quando estava pensando sobre um trabalho para sua primeira exibição coletiva, cujo tema era “Coloque-se na pele de alguém”. Segundo ela, o rosto humano e as batatas possuem semelhanças como a pele porosa e a variedade nas cores e formas.