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CURIOSIDADES: Cientistas reconstroem História de proteína e mostram que evolução
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De: Lúcia Dias  (Mensaje original) Enviado: 02/10/2009 10:06
 Cientistas reconstroem História de proteína e mostram que evolução
 
24/Set/2009 - 09:18
... não anda para trás .

Um estudo publicado amanhã na Nature sugere uma resposta a uma das grandes dúvidas da biologia: a evolução não pode ser revertida, não há botão para rebobinar o longo e lento trabalho que transformou por exemplo o australopitecos no Homem.

Uma equipa de investigação da Universidade de Oregon chegou a esta conclusão ao seguir a História de uma proteína humana. Perceberam que mesmo que se revertesse as mutações que foram alterando as funções da molécula para o trabalho que ela realiza, ela não readquiria a sua conformação original e seria inútil.

“Os biólogos evolucionistas sempre estiveram fascinados em saber se a evolução pode ou não andar para trás”, disse em comunicado Joseph Thornton, último autor do artigo. A questão, segundo o investigador, manteve-se cinzenta porque, por um lado, é difícil saber quais as nossas características ancestrais, por outro lado conhecem -se mal os mecanismos que levaram às mutações.

A equipa de Thornton deu a volta à questão, e utilizou como objecto o receptor de glucocorticóides (RG). Uma proteína que está na membrana de certas células, pronta para se ligar ao cortisol, uma hormona que circula pelo sangue e que regula a resposta ao stress, entre outros fenómenos.

O antepassado desta proteína, com 400 milhões de anos, sofreu no passado sete mutações consecutivas para passar a cumprir as novas funções. Através da informática, engenharia proteica e cristalografia por raio-X a equipa conseguiu não só determinar exactamente as mutações que ocorreram como rebobinou os acontecimentos. Primeiro reconstruíram a proteína no exacto momento em que ela ganhou a capacidade para se ligar ao cortisol, depois, passo a passo, reverteram as sete mutações.

“Nós esperávamos obter um receptor promíscuo [capaz de se ligar a várias moléculas] exactamente igual ao antepassado do RG, mas em vez disso obtemos uma proteína completamente morta e não funcional”, explicou o investigador. Aparentemente, logo a seguir às mutações que deram novas funções à proteína aconteceram uma série de alterações no gene, que apesar de não terem relevncia para a sua função impossibilitam o estado ancestral da proteína. Os investigadores foram à procura destas alterações e encontraram cinco mutações que são incompatíveis com antiga arquitectura da proteína antiga, mas que não tiveram efeito nenhum no funcionamento dela quando apareceram.

“As mutações restritivas da RG previnem o reverter da evolução”, adiantou o cientista. “Isto significa que mesmo que a função antiga [da proteína] volte de repente a ser óptima [mais adaptada], não existe forma da selecção natural levar a proteína directamente para o estado antigo.”

Ou seja, é impossível voltar ao passado e quando se dá um passo evolutivo os outros caminhos fecham-se.


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