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LUSOFONIA: O peso da lusofonia no Sínodo Africano
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De: NATY-PT  (Mensaje original) Enviado: 08/10/2009 17:59

O peso da lusofonia no Sínodo Africano

D. Jorge Ortiga avalia os primeiros dias dos trabalhos sinodais

No Sínodo Africano nota-se “o peso da lusofonia, tanto no número de participantes como no uso da língua portuguesa” – sublinhou à Agência ECCLESIA D. Jorge Ortiga, Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa e membro deste Sínodo. E acentua: “são variadíssimas as vezes que se ouve a língua de Camões”.

Com o tema «A Igreja em África ao serviço da reconciliação, da justiça e da paz», esta assembleia decorre no Vaticano, de 4 a 25 deste mês. Na sua intervenção, D. Jorge Ortiga realçou que, no passado, a língua portuguesa era frequente, mas, actualmente, “nem sempre é a língua oficial”. Para reforçar a sua ideia, o arcebispo de Braga garantiu que um Superior Maior de uma Congregação – “esteve muito tempo a trabalhar em Angola” – afirmou que se devia “tentar individualizar as características próprias da lusofonia na evangelização”. “Não é por acaso que o português é das línguas mais faladas na Igreja”.

O trabalho da Igreja no continente africano é reconhecido. Com uma temática “muito abrangente”, D. Jorge Ortiga disse que alguns bispos presentes sublinharam que era fundamental “dar continuidade ao I Sínodo sobre África que aconteceu há 15 anos”. A tónica essencial a trabalhar deve partir “da igreja como família de Deus” que conta com “as famílias e que se edifica a partir das famílias”.

Depois de saber de algumas campanhas contra a família feitas por associações, o arcebispo de Braga pede para que a família seja defendida. “Há campanhas ligadas às Nações Unidas e outras ONGs que, a pretexto de ajudar e levar algo de concreto, defendem a teoria do género e a questão da homossexualidade” – lamenta.

A questão da reconciliação e da justiça será também um ponto que merecerá destaque no Sínodo Africano segundo o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa. “Num ambiente de corrupção, de interesses pessoais e de oportunismo, a Igreja poderá dar uma grande contributo sobre o tema da justiça”. E acentua: “este discurso sobre a justiça será vazio se a igreja não o concretizar nas suas portas”.

Nos trabalhos de grupos ou círculos menores, os intervenientes manifestam a sua opinião sobre determinados assuntos. “As intuições e ideias mais significativas estarão para surgir ainda” – realça D. Jorge Ortiga.

Quando a Teologia Africana começa a ganhar o seu lugar, o Arcebispo de Braga admite que “começamos a ver essas tendências” e “verificamos essa consciência” porque “têm uma atenção permanente a essas realidades”. Na área da eclesiologia, o “papel da mulher” tem sido sublinhado, com frequência, no Sínodo.

O diálogo inter-religioso é vivido de forma diferente no continente africano. “Temos lugares onde esse diálogo é pacífico e com colaboração, mas noutros sítios existem atitudes agressivas” – disse D. Jorge Ortiga. E continua: “há governos que ajudam na construção de mesquitas e escolas”, o que torna “quase impossível o diálogo”.

As relações Europa-África ainda “não foram muito abordadas” no Sínodo, no entanto o Arcebispo de Braga na sua intervenção de hoje (8 de Outubro) teve o cuidado de fazer referência a estas afinidades. “Outrora, Portugal e outros países europeus partiram para África para dar a conhecer Jesus Cristo, actualmente é fundamental que a Europa volte a África para responder às necessidades concretas: fome, miséria e a falta de habitação”. E aconselha: “África deve organizar-se também”. As migrações entre os dois continentes é um “problema complicado”, mas “não pode fugir à agenda dos diversos partidos”.

 



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