Manoel Carlos Gonçalves de Almeida, mais conhecido apenas como Manoel Carlos ou simplesmente Maneco (São Paulo, 14 de março de 1933) é um escritor e autor de telenovelas brasileiro.[1] Seus trabalhos são conhecidos por retratar a sociedade carioca contempornea, principalmente no bairro do Leblon. É pai da atriz Júlia Almeida.
Carreira
Um dos pioneiros da televisão brasileira, iniciou sua carreira na década de 1950, como ator e diretor, nas extintas TV Tupi e TV Excelsior[1]. Dirigiu e produziu programas como a Família Trapo, exibida na Rede Record no final dos anos 1960[1], Esta Noite se Improvisa, O Fino da Bossa (com Elis Regina) e a primeira fase do Fantástico, entre 1973 e 1976.
Em 1978 escreve sua primeira telenovela: Maria, Maria, seguida por A Sucessora, ambas adaptações literárias[1]. Em 1980, atua como colaborador de Gilberto Braga em Água Viva[1], um clássico das telenovelas que abordava justamente os conflitos da burguesia e da classe média cariocas, temática que permearia toda a sua obra desde então, como pode se verificar logo em Baila Comigo (1981), sua primeira novela das 20h[1]. Em 1982, larga Sol de Verão pela metade, abalado com o falecimento de Jardel Filho, protagonista da novela e seu amigo pessoal[1]. A novela foi concluída por Gianfrancesco Guarnieri e Lauro César Muniz e saiu do ar antes do previsto.
Outros sucessos
Sai da Rede Globo em seguida, escrevendo duas tramas na Rede Manchete: a minissérie Viver a Vida, em 1984, e a novela Novo Amor, em 1986[1]. Em 1989, escreve a minissérie O Cometa, na Rede Bandeirantes[1].
Volta para a Globo em 1991, quando escreve a novela Felicidade, que foi uma livre adaptação da obra de Aníbal Machado; foi uma das mais picotadas no Vale a pena ver de novo: 55 capítulos contra 203 da exibição original, nele também o esquema da exibição do último capítulo fugiu ao habitual: exibição do penúltimo capítulo na quinta-feira, reprise do penúltimo na sexta, último no sábado e reprise do último na segunda um pouco antes da novela substituta: Despedida de solteiro (1992), de Walther Negrão.
Seguem-se: História de Amor (1995) que foi uma comemoração dos trinta anos de carreira da atriz Regina Duarte que pela primeira vez interpretava um papel nesse horário das 18 horas e que cuja sinopse foi alterada devido à determinação do Ministério da Justiça que considerava o tema da paixão de mãe e filha pelo mesmo homem inadequado para o horário; o tema seria discutido na novela Laços de Família em 2000 que também abordava a leucemia que ganhou o merchandising social; Por amor (1997/1998) que retomava o tema do sacrifício que uma mãe é capaz de fazer pelos filhos, como na novela anterior História de amor, Por amor também abordava temas como bissexualismo, alcoolismo, jogo do bicho, e outros. Mulheres apaixonadas teve muitos temas fortes, como lesbianismo, preconceito social e contra os idosos, celibato, alcoolismo, violência doméstica, traição, cncer, romance entre mulheres mais velhas e jovens rapazes, o tormento provocado pelo ciúme e outros.
Curiosidades
Além das novelas, escreveu também as minisséries Presença de Anita, em 2001, cuja protagonista era a estreante Mel Lisboa, escolhida entre outras 100 jovens e é baseada no romance homônimo de Mário Donato e Maysa - Quando Fala o Coração,de 2009, e que teve a estreante Larissa Maciel no posto da portagonista.
É pai do dramaturgo e ator Ricardo de Almeida (falecido em 1988), com quem co-escreveu O Cometa, da escritora e roteirista Maria Carolina e da atriz Júlia Almeida, que atuou em todos os seus trabalhos de História de Amor a Mulheres Apaixonadas.
Também escreveu textos e telenovelas para vários países, como Uma Família como Outra Qualquer, El Circulo e Brilho, para tvs da Colômbia; e El Magnate, para a televisão estadunidense, em 1990. Teve sua versão de A Sucessora adaptada duas vezes no exterior, a primeira com o título de Manuela, em 1991, uma co-produção entre tvs da Argentina e da Itália, e com o nome de Isabella, Una Mujer Enamorada, em 1999, no Peru.
Helena
Uma característica marcante de suas tramas, pelo menos desde Baila Comigo é o batismo de suas personagens principais com o nome de Helena. Segundo o autor, esta preferência pelo nome não deve-se a nenhuma Helena em especial; é apenas um nome que lhe passa a imagem de mulher forte, decidida, como a Helena de Tróia. Somente em Sol de verão e Novo amor o autor não incluiu uma Helena em sua história.
Questionado sobre uma Helena especial em sua carreira, Maneco diz que gostou de todas[2]:
|
Só a Regina Duarte fez três. Eu também gostei muito da Helena vivida pela minha queridíssima amiga, já morta, a Lília Lemmertz, em “Baila Comigo”. Também me lembro muito bem da Vera Fischer, em “Laços de Família”, e da Maitê Proença, em 1991, em “Felicidade”, além da minha querida Christiane Torloni, de “Mulheres Apaixonadas”. Eu tenho Helenas muito boas. Dá para gostar de todas |
|
Outros nomes constantes em seus trabalhos são Marta, Gracinha e Dr. Moretti.