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General: Temperos do Brasil invadem música portuguesa
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De: PUTODAVIDA-COM-GABITO  (Mensagem original) Enviado: 15/10/2009 17:14

Temperos do Brasil invadem música portuguesa

por

Davide Pinheiro

 

Nunca como este ano surgiram tantos discos portugueses voltados para o Brasil. Os culpados são JP Simões, Teresa Salgueiro, Maria João e Maria de Medeiros que, já este ano, gravaram repertório virado para os ritmos da bossa nova. O primeiro com material original e as restantes com interpretações vocais.

Todavia, este não é um fenómeno novo. São inúmeras as parcerias entre músicos portugueses e brasileiros que ficaram retidas na memória da lusofonia. Desde Terra de Mel, de Eugénia Melo e Castro, em 1982, que então contou com a ajuda do pianista Wagner Tiso, até à recente incursão de Pedro Abrunhosa numa segunda versão de Momento (2003), que recebeu a participação, entre outros, de Lenine e Sandra de Sá, muitos foram aqueles que procuraram no Brasil uma fonte de rendimento criativo. O factor exportação serviu também como importante chamariz.

Já este ano, JP Simões, que anteriormente tinha feito parte dos Belle Chase Hotel e continua a pertencer ao Quinteto Tati, estreou-se a solo com 1970, dedicado não só à sua geração mas também aos "criadores" dessa época, com Chico Buarque a assumir-se como a referência máxima. Em entrevista ao DN, JP Simões, que viveu no Brasil em criança, assumiu que havia uma vontade sua de "traduzir ideias luso-brasileiras". Para o músico, é mais "fácil ouvir uma música sobre o 25 de Abril cantada pelo Chico Buarque do que por qualquer outro cantor português". Curiosamente, de todos aqueles que se debruçaram sobre o Brasil, JP Simões foi o único que arriscou criar e não apenas interpretar.

Maria de Medeiros, nome que dispensa apresentações, arriscou uma primeira "aventura musical", que conheceu o epílogo em A Little More Blue. No seu primeiro álbum, canta sobretudo registos de Chico Buarque e Caetano Veloso, porque "queria homenagear a luta contra a ditadura e o Caetano e o Chico são os dois grandes autores dessa geração".

Conhecida pelo seu trabalho no cinema, nomeadamente em Capitães de Abril (1999), a actriz confessa que sempre esteve ligada à música por via dos seus pais e da educação na Áustria. No regresso a Portugal, após o 25 de Abril, teve acesso à "música revolucionária" de então, na qual José Afonso, José Mário Branco e Sérgio Godinho se assumiram como nomes fundamentais. "Ainda pensei em cantar os portugueses mas sairam-me na rifa os brasileiros", brinca. "Na música brasileira, há um problema de escolha. Para o Chico (Buarque), driblar a censura era um desporto. As canções têm muitos níveis de leitura", diz. Na sua opinião, a música brasileira representa "reflexão, pensamento e preocupação com a realidade", o que não impede o "prazer, a musicalidade e o ritmo".

Maria de Medeiros não encontra uma justificação para esta súbita paixão pelo Brasil mas considera que se trata de "algo maravilhoso" e diz mesmo, entre risos, que a sua editora a alertou para o problema que seria o lançamento, na mesma altura do seu disco, do de Teresa Salgueiro e do de Maria João.

Já esta última adiantou ao DN que quando começou a trabalhar em João, com data de saída marcada para o próximo dia 16, "nem sequer fazia ideia que Maria de Medeiros e Teresa Salgueiro também iriam gravar canções brasileiras". João tem como particularidade o facto de soar português apesar de ser baseado em repertório brasileiro. Dos músicos que a acompanham, apenas os veteranos Yuri Daniel e Alexandre Frazão têm bilhete de identidade do Brasil.

Algo que contrasta com a diáspora de Teresa Salgueiro, que se deslocou propositadamente ao Brasil para gravar Você e Eu. Foi aí, aliás, que todo o processo se iniciou. Em entrevista ao DN, a pretexto do seu segundo álbum a solo, Teresa Salgueiro explicou que "o Brasil é um país extraordinário que tive oportunidade de conhecer com os Madredeus". Tal como Maria de Medeiros, revela-se uma admiradora da cultura brasileira no seu todo. "Sempre cantarolei para os amigos canções de Gilberto Gil, Caetano Veloso e Nara Leão. Desde há muito que sou fã da música e da poesia local", diz.

2007 é o ano em que o Brasil se assume como objecto definitivo de inspiração musical para os portugueses. O contrário alguma vez será possível?



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De: Bete Enviado: 15/10/2009 19:38
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