Nações Unidas pedem “reajustamento” das metas de produção de biocombustíveis
O Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA) recomendou hoje que se deve “reajustar os objectivos” de produção de biocombustíveis para “níveis que possam ser atingidos de forma sustentável”.
“O debate quanto a saber se os biocombustíveis serão uma coisa boa ou má não faz sentido”, disse aos jornalistas Achim Steiner, director do PNUA, com sede em Nairobi, ao apresentar um relatório sobre o assunto. “Como todas as tecnologias, os biocombustíveis têm oportunidades e desafios”.
O relatório - o primeiro publicado por um painel internacional de especialistas pela gestão sustentável dos recursos, criado sob a égide do PNUA – quer “introduzir uma nova dimensão de análise rigorosa e científica” num “debate profundamente emocional”, comentou Steiner.
Os biocombustíveis, apresentados pelos seus produtores como uma alternativa às fontes de energia fósseis, emissoras de gases com efeito de estufa, são acusados pelos seus opositores de ocuparem solos agrícolas necessários para alimentar o planeta.
Assim, o PNUA considera que “as políticas de incitação à utilização de biocombustíveis devem ser revistas e os objectivos deverão ser reajustados a níveis que possam ser atingidos de forma sustentável”.
“Cerca de oito a 34 por cento das terras aráveis serão necessárias, com as tecnologias actuais de primeira geração, para fornecer dez por cento da procura de combustíveis nos transportes”, salienta o relatório.
O etanol produzido a partir do açúcar-de-cana ou do milho, ou o biodiesel da soja, de óleo de palma ou de colza, são os principais biocombustíveis chamados de “primeira geração”.