Fonte:
Isabel Vasconcellos Caetano - WMulher
Homens não podem viver sem sexo. Mulheres, dada a grande e milenar
repressão sexual que sofreram e, culturalmente, ainda sofrem, até
podem. Ou pensam que possam. Mais dia menos dia a insatisfação
sexual feminina estoura em alguma outra coisa: depressão, mioma,
endometriose e até resfriado. Viver sem sexo é negar o maior
presente que a natureza deu ao ser humano.
A satisfação sexual faz o corpo funcionar em maior harmonia,
equilibra hormônios, dá cor às faces, sensualidade ao ser. Pessoas
sexualmente insatisfeitas dificilmente são atraentes; ainda que
possuam um corpo malhado e escultural, falta aquele "algo", que
está além da visão.
Mas é justamente porque os homens reconhecem a sua extrema
dependência do prazer sexual, que certas artimanhas que, há
séculos, as mulheres insistem em usar, para segurar seus machos,
também há séculos nunca dão certo. Por exemplo, fingir na
cama.
Muitas mulheres, acreditando que acharam o homem com que lhes
interessa dividir a vida (ou porque pensam estar apaixonadas, ou
porque estão de olho no dinheiro dele ou porque acreditam que ele
pode lhes dar segurança afetiva), embora não ser realizem
sexualmente com este "príncipe" resolvem fingir orgasmos e prazeres
que, de fato, estão longe de sentir.
No começo, dá certo. O homem não tem como conferir se aquilo é uma
encenação ou é gozo de fato. No entanto, com o tempo, a farsa se
revela. A mulher acaba cansando daquilo e, quando se sente segura
na relação, relaxa não só no fingimento, mas também na freqüência.
Começa a inventar as famosas dores de cabeça e outras desculpas
para fugir daquele sexo que ela faz não por prazer, mas por
obrigação. E ele, decepcionado, percebe que foi enganado, que
aquele "avião" dos primeiros tempos não passa de um calhambeque com
motor falhando.
Aí, minha filha, mora o
perigo.
Homem sem sexo não fica. Sempre vai aparecer na vida dele alguma
outra mulher capaz de lhe dar o prazer que você não conseguiu. Vai
o casamento pras cucuias. Começam as brigas. As mentiras. As
pequenas e as grandes agressões. Vinte e cinco por cento das
mulheres brasileiras apanham dos seus companheiros. Não se iluda: o
sexo está por trás das agressões. Não o sexo, na verdade, mas a
falta dele. A insatisfação.
Mulheres tendem, também culturalmente, ao romantismo. Muitas ainda
expressam seus enormes preconceitos sexuais na frase feita e,
desgraçadamente, tão ouvida das bocas femininas: sexo pra mim, só
com amor.
Amor é muito diferente de sexo.
O sexo existe, sim, sem amor e muita confusão entre homens e
mulheres seria evitada também se aquelas que têm tesão e conseguem
ser felizes na cama parassem de achar que amam o cara que, no
momento, estão apenas desejando.
Desejo existe de monte.
Amor é muito mais raro.
Mas mesmo o amor não se sustentará sem o sexo. É claro que estou
falando do sentimento de amor entre um casal, esse sentimento
maravilhoso que faz com que as pessoas se tornem cúmplices e vivam
uniões que duram décadas ou mesmo a vida inteira. E esse amor
existe entre hetero e homossexuais. Mas ele mesmo, o amor sublime
amor, não se sustentará sem o sexo.
Por isso, se você, minha amiga, ainda não encontrou o prazer
sexual, procure ajuda profissional. Vá a um serviço público de
sexualidade e saúde, vá ao psiquiatra, ao ginecologista e descubra
porque você não tem prazer. Descubra se há um problema de saúde.
Descubra se você foi muito reprimida. Vá fundo e, tenha certeza,
você resolverá o problema. Todos nós temos direito ao prazer. Vá
atrás do seus direitos. E nunca, nunca mesmo, finja na cama. Isso
só vai trazer, a longo prazo, muita infelicidade para a sua
relação.
Fonte:
www.isabelvasconcellos.com.br
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