Meu amor foi tão sincero
que nem ela acreditou,
e ao som de um bolero,
em devaneios fraquejou.
O ciúme é uma tormenta
tempestade em alto mar,
represa que arrebenta,
e o sentimento pode afogar.
Quero a paz da madrugada
chega de aturar ingratidão,
nessa noite tão estrelada,
tenho de volta meu coração.
Agora vou dar um tempo
em sonhos e fantasia,
até o total esquecimento,
do que restou dessa agonia.
Vou viajar na poesia
chega de contestação,
falar de amor e alegria,
desejo e muita paixão.
Em minhas horas vadias
em bares vou encontrar,
violão, mulheres e boemia
para a saudade matar.
Vou ver decotes ousados
e lábios cor de carmim,
voltar aos anos dourados,
que por amor esqueci.
Beijar na boca fogosa
de quem só pensa em viver,
querendo ser uma rosa,
para quem queira colher.
Cantando a mesma canção
que tanto te encantou,
vou despertar a emoção,
que teu ciúme apagou.
Em belos motéis coloridos
vou passar de mão em mão,
ouvindo falsos gemidos,
embriagando-me de ilusão.
Então quando a loucura findar
regressando a realidade,
irei desesperado te procurar,
quase morto de saudade.
Sob a luz do teu lindo olhar,
temendo que digas não,
teu perdão irei rogar,
porque és minha paixão.
Te darei uma bela rosa,
em teus braços irei jurar,
que na vida caprichosa,
para sempre irei te amar.
E da lição que o mundo
tristemente me ensinou,
não esquecerei um segundo,
que nada substitui teu amor.
* Falcão S.R *