A palavra amador deriva de amor. É assim que vejo o teatro, com amor. O teatro é algo mágico, é como um campo de estrelas que cai sobre nós quando o publico aplaude, é um tsunami de emoções que pairam sobre as nossas cabeças. Mas começando do início, a apresentação de uma peça exige algum trabalho. Começamos por ler o guião, na primeira vez a sensação que temos é horrível, é como provar limão pela primeira vez, o texto não faz nenhum sentido, parece estranho. Depois de ler, ler e ler começa a ganhar forma. Mais tarde surgem os ensaios, já em palco as cenas começam por sair da nossa imaginação, e depois surgem as frases com “faz assim”, “desta maneira seria melhor” e coisa do género que nos ajudam a melhorar. Acreditem que nem tudo é um mar de rosas. Os momentos maus existem e por vezes o desespero impera nos ensaios, e as razões são variadas, uns ainda não decoraram o texto, outros faltam, uns não ajudam e apenas fazem criticas destrutivas. Mas acaba-se sempre por superar todos os inconvenientes e acabamos por brilhar.

Chega o momento da estreia, e estamos todos nervosos e trememos como metralhadoras a disparar a tempo inteiro. Fazemos os tradicionais exercícios de relaxamento que nos ajuda bastante. E depois a peça. A primeira fala e a última, é a única coisa que me lembro no fim do espectáculo. No fim recebemos a recompensa por superar tudo, pelas horas gastas, pelos maus momentos, pelos nervos, por tudo. A sensação de alívio e os aplausos reflectem o amor que o teatro nos dá. Deixo uma última mensagem, talvez um conselho, se vocês amam verdadeiramente uma coisa, dediquem-lhe o vosso tempo.