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FILOSOFIA: Eu penso, logo existo.
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De: NATY-NATY  (Mensaje original) Enviado: 01/11/2009 18:36

Eu penso, logo existo.

Esta afirmação é conhecida como cogito. Para Descartes, o cogito constitui o fundamento certo do conhecimento, pois nem mesmo um génio maligno poderia enganar-nos no que respeita à nossa própria existência. Repare-se que o cogito nos assegura apenas da nossa própria existência enquanto seres pensantes. à partida, cada um de nós pode ter apenas a certeza de que é uma «substncia» cuja natureza é o pensamento.

O cogito proporciona um ponto de partida seguro par o conhecimento, mas de forma a avançar a partir do cogito, Descartes começa por sugerir uma explicação para a certeza que o cogito exibe. Estamos absolutamente certos de que o eu penso, logo existo é uma verdade porque compreendemos com toda a certeza e distinção que para pensar é preciso existir. Como tal, Descartes admite então a seguinte regra geral:

É verdadeiro tudo aquilo que concebemos muito claramente e muito distintamente.

Este é o critério das ideias claras e distintas. Se, como no caso do cogito, temos uma percepção intelectual completamente clara e distinta da ideia considerada, podemos ter a certeza de estar perante uma ideia verdadeira.

Apesar de evidente, o cogito não é suficiente para fundamentar o “edifício do saber”. A certeza Penso, logo existo é uma certeza subjectiva. Não se consegue alcançar uma efectiva fundamentação do conhecimento sem se descobrir o que se encontra na base do pensamento e na origem da existência do sujeito pensante.

Partamos das ideias que estão presentes no sujeito. Elas possuem um conteúdo que representa alguma coisa. Dessas ideias, umas serão adventícias, ou seja, têm origem na experiência sensível; outras factícias, fabricadas pela imaginação; por fim há também ideias inatas: são ideias constitutivas da própria razão.

Como já sabemos, as ideias inatas são claras e distintas e podem ser caracterizadas como as «”sementes das ciências”», ou “verdades eternas”. De entre as ideias inatas que possuímos encontra-se a noção de um ser omnisciente, omnipotente e sumamente perfeito. A ideia de ser perfeito servirá de ponto de partida para a investigação relativa à existência do ser divino. Descartes demonstra a existência de Deus mediante três provas.

A primeira prova parte da constatação de que na ideia de ser perfeito estão compreendidas todas as perfeições. A existência é uma dessas perfeições. Por consequência, Deus existe. O facto de existir é inerente à essência de Deus, de tal modo que este ser não pode ser pensado como não-existente. A sua existência apresenta um carácter necessário e eterno. Esta prova é designada o argumento ontológico., sendo desenvolvida a priori, sem recurso à causalidade ou à experiência.

A segunda prova toma igualmente como ponto de partida a ideia de ser perfeito. Podemos procurar a causa que faz com que essa ideia se encontre em nós. Tal causa não pode ser o sujeito pensante. De facto, essa ideia representa uma substncia infinita. Nesse sentido, o sujeito pensante, sendo finito, não é a causa da realidade objectiva de tal ideia. O nada também não pode ser a sua causa, nem qualquer ser imperfeito. A causa da ideia de Deus não é outro ser senão Deus. Com efeito, Deus é uma realidade que possui todas as perfeições representadas na ideia de ser perfeito. Concluindo, é ele o próprio ser perfeito e a causa originária da ideia de perfeição.

A terceira prova baseia-se também no princípio da causalidade. O que agora se procura saber é qual a causa da existência do seu pensamento, que é um ser finito, contingente, imperfeito. Essa causa não é o sujeito pensante. Se o fosse, com certeza que ele se daria a si próprio as perfeições das quais possui uma ideia. Ora, isso não se verifica.

Por outro lado, e partindo do princípio de que a criação é uma acção contínua – já que a natureza do tempo é descontinua, e nada garante ao sujeito pensante que existirá no momento –, o sujeito finito apercebe-se de que não possui o poder de se conservar no seu próprio ser. Tal aconteceria se ele fosse causa e efeito de si mesmo. Por isso, o criador (e conservador) do ser imperfeito e finito, assim como de toda a realidade, é Deus. Por sua vez, sendo perfeito, Deus não necessita de ser criado por outro ser: ele é causa sui) é causa de si mesmo).

Assim, Deus, sendo perfeito, não é um ser enganador, pelo que nos encontramos libertos da dimensão hiperbólica e mais corrosiva da dúvida. Deus é a garantia da verdade objectiva das ideias claras e distintas. Sendo criador das verdades eternas, a origem do ser e o fundamento da certeza, Deus garante a adequação entre o pensamento evidente e a realidade, legitimando o valor da ciência e conferindo validade e objectividade ao conhecimento. Deus é o fundamento do ser e do conhecimento. 

Ale disso, Deus é também infinito, a fonte do bem e da verdade; é omnipotente, eterno, omnisciente e, embora sendo o criador do Universo, não é o autor do mal, nem é responsável pelos nossos erros.  

Conclusão:

René Descartes foi um filósofo racionalista em que, o racionalismo é a doutrina epistemológica que defende que a razão é por direito próprio uma fonte de conhecimento, estando esta ideia presente em Descartes sob várias modalidades.

Em primeiro lugar, Descartes pensava que podemos intuir a verdade de certas proposições por meios estritamente racionais e sem o recurso à experiência. É nesta intuição puramente racional que se apoia a tese de que as proposições claras e distintas têm de ser verdadeiras. Podemos, por exemplo, com base numa avaliação racional, determinar como verdadeiras as proposições básicas da Geometria e da Matemática.

Das proposições que intuímos como verdadeiras, podemos deduzir outras proposições cuja verdade é também considerada a priori.

Os fundamentos do conhecimento (o cogito e Deus) podem ser conhecidos desta forma, bem como a distinção entre o corpo e a mente.

Descartes é considerado o primeiro filósofo "moderno". A sua contribuição à epistemologia é essencial, assim como às ciências naturais por ter estabelecido um método que ajudou o seu desenvolvimento. Descartes criou, em suas obras Discurso sobre o método e Meditações – ambas escritas no vernáculo, ao invés do latim tradicional dos trabalhos de filosofia – as bases da ciência contempornea.

Bibliografia:

ALMEIDA, Aires et alii (2008), A arte de Pensar Filosofia / 11.ºano, Lisboa, Didáctica Editora

AGULAR, Maria, ALBERGARIA, Maria (1990), Filosofia 11, s/l, Areal Editores

LIMA, Teresa, SANTOS, Maria (1990), O Saber e as Máscaras / Filosofia 11.º ano, Porto, Porto Editora

PAIVA, Marta et alii (s/d), Contextos  / Filosofia 11.º ano, s/l, Porto Editora

LOPES, Paulo (2008), Logos / Filosofia 11.º ano, s/l, Santillana Constncia

 

Traduções portuguesas de obras de Descartes:

DESCARTES, René (1988), Meditações sobre a Filosofia Primeira, Coimbra, Livraria Almedina

DESCARTES, René (1991), Discurso do método, Porto, Porto Editora

DESCARTES, René (2005), Princípios da Filosofia, Porto, Areal Editores

 



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