Negro ou branco, amargo ou com leite, com avelãs, amêndoas ou menta, o chocolate é, para muitos, uma verdadeira dádiva dos deuses, um prazer para os mais distintos paladares.
Diz-se que os apreciadores mais genuínos preferem o chocolate negro e amargo, pela intensidade do seu sabor. Já as crianças inclinam-se mais para o de leite, pela suavidade.
Quanto ao branco parece ainda dividir os gostos, mas já tem um clube de fãs fiéis. No próximo mês que é de Páscoa, resistir ao chocolate poderá revelar-se uma missão impossível.
Oferecem-se e recebem-se ovos de todos os tamanhos e sabores, dos mais simples aos mais sofisticados. Só mesmo quem não aprecia este manjar feito de cacau lhe conseguirá dizer não. Ou então quem está a dieta e consegue dizer não à mais doce das tentações em nome de uma figura mais estilizada ou da saúde.
Mas será que se pode trincar chocolate à vontade? Os nutricionistas consideram que, tal como não há alimentos perfeitos, não há alimentos maus. E, na realidade, a composição do chocolate não faz dele um alimento completo, embora lhe confira algum interesse.
Desde logo, há a considerar o potencial energético do chocolate - 500 calorias por cada 100 gramas, amargo ou com leite, o que o torna um tónico acessível e natural. Perfeito para retemperar energias quando o trabalho parece não chegar ao fim e o descanso está ainda distante.
É claro que somar estas calorias a uma refeição não é boa ideia, pelo que o chocolate como sobremesa só deve suceder a um prato ligeiro. Sob pena de se ingerirem calorias em excesso, que o corpo não conseguirá queimar e que acabarão por ser convertidas em gordura, trocando as voltas à balança.
Uma doce tentação
O chocolate é ainda uma boa fonte de sais minerais e vitaminas: 100 gramas de chocolate de leite contêm cinco vezes mais cálcio e quinze vezes mais vitamina B1 que a mesma quantidade de chocolate negro; já este, fornece o dobro do magnésio e mais 30% de ferro.
O cacau tem ainda a vantagem de, apesar de ser tão calórico, ser desprovido de colesterol - porém, quando é enriquecido com leite e outras substncias doces, esta vantagem desvanece-se.
É calórico, mas por isso mesmo energético, o alimento ideal para dar alento a meio do dia. Porque contém antidepressivos, ajuda a levantar o moral. E há mil e um estudos que lhe atribuem propriedades terapêuticas.
Propriedades nutritivas à parte, o chocolate dá prazer. E "felicidade", por ela se entendendo uma certa euforia que advém do facto de possuir elementos que funcionam como antidepressivos: cafeína, serotonina, teobromina e feniletilamina são substncias que, quando combinados, actuam sobre o sistema nervoso, desencadeando uma reacção estimulante.
Assim se explica que, face a uma decepção ou uma baixa passageira do moral, muitas pessoas se deixem sucumbir à tentação de um quadradinho de chocolate. Ou dois, ou três, ou...
Os estudos que têm o chocolate como cobaia são muitos e visam, quase todos, estabelecer uma relação com a saúde. Assim, há estudos que lhe atribuem benefícios no combate à tosse, devido à acção da teobromina; outros concluíram que melhora o funcionamento dos vasos sanguíneos, traduzindo-se num menor risco de doença cardíaca; outros ainda conferem-lhe uma acção estimulante a nível da potência sexual.
E houve também uma investigação que concluiu que os bebés nascidos de mães que comiam chocolate durante a gravidez são mais felizes.
Não se sabe é se os autores de todos estes trabalhos são ou não apreciadores de chocolate...
Sabia que...
• A palavra chocolate tem origem na civilização maia, resultando da fusão das palavras "xocol", que significa quente, e "a", que queria dizer água, unidas pelo sufixo "tl". "Xocolatl" era o termo de então.
• A palavra cacau radica no vocábulo asteca "cacahualt".
• Os astecas usavam sementes de cacau como moeda.
• Na Idade Média, o cacau era usado como medicamento.
• O cacau chegou à Europa no século XVI.
• Anualmente, produzem-se quase três milhões de toneladas de cacau, sendo a Costa do Marfim o maior produtor mundial.
in http://medicosdeportugal.saude.sapo.pt/action/2/cnt_id/2806/