Era uma vez uma menina, que da vida ainda não conhecia nada, mas sabia o que era o amor. Não sabia defini-lo exatamente, com palavras precisas, mas o conhecia e sentia que ele estava ali residindo em seu coração.
Teve essa sensação desde a primeira vez que o viu. Ele não era nenhum príncipe encantado, mas a encantou. Tinha um nome de rei e uma fisionomia marcante. Não precisou mais que um olhar para que ela tivesse a certeza que o amaria pelo resto de seus dias.
Ela se aproximou e tornou-se parte da vida dele, porém ele não a amava. Talvez ele até tentasse, por conhecer o valor dela, mas se tentou não conseguiu. Talvez ele também tivesse enamorado por um outro alguém. Ela tentava e insistia nele e nada mudava.
Era um amor frustrante e com o tempo tornou-se cheio de amarguras. Daí ela saber o que é o amor, pois sentira a dor de tê-lo em seu peito e pior de não ser correspondida.
Anos se passaram. Hoje ela tornou-se imunizada. A esperança de conseguir o amor foi perdida. A esperança de amar novamente é anulada pelo medo de sofrer. Para ela não há mais esperanças.
Ela deixou de acreditar no amor e não pensa mais nele como algo essencial. Aprendeu a viver sem ele, priorizando outras coisas.
Sua vida segue bem até que surgem momentos de carência afetiva, daí ela se abre a alguém novo, algumas vezes até se apaixona, mas não dura muito. Ela não consegue se envolver, se entregar verdadeiramente. A razão já não a deixa mais agir com o coração.
Sua vida amorosa é um ciclo, com relacionamentos vazios. Algumas vezes sua frieza acaba por ferir alguém, mas não é intencional. Foi a forma que ela aprendeu, que a vida lhe ensinara.
Agir por impulso, nem pensar. Ela premedita, dramatiza e mente. Tornou-se fria e calculista. E sofre por isso. Ela não queria que fosse assim.
As pessoas não entendem suas atitudes e a julgam por agir assim. Certamente essas pessoas não conhecem o início da história, que está sendo contado neste texto.
Ela segue assim até que a vida lhe mostre algo diferente dessa frustração.
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