redes sociais!
Que perigos podem apresentar as redes sociais virtuais?
As redes sociais virtuais são uma forma bastante popular de estabelecer contacto com outros indivíduos que, caso contrário, o utilizador poderia nunca vir a conhecer. Contudo, como qualquer serviço fornecido através da Internet, apresenta variados perigos, que vamos referir de seguida.
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Dados pessoais na página de perfil
Dado que o objectivo é apresentar-nos aos demais, uma página de perfil terá, necessariamente, dados pessoais acerca do seu criador. É natural referirmos os nossos filmes favoritos, os livros que mais nos marcaram, até o nosso desporto favorito. No fundo, colocamos todas as informações que consideramos relevantes, para assim podermos encontrar outros utilizadores com gostos semelhantes.
Contudo, há dados que podem representar um perigo se forem partilhados, em especial se o utilizador for um menor. Referir a cidade onde vive ou a escola que frequenta é abrir as portas aos predadores online, que procuram activamente formas de contactar pessoalmente as suas potenciais vítimas.
Este perigo não se aplica somente aos mais novos: lembre-se que, por exemplo, referir os seus rendimentos anuais é convidar sujeitos mal-intencionados a tentar explorá-lo. Se, além dos rendimentos, referir também a sua localidade, o trabalho destes criminosos está altamente facilitado.
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Apropriação de identidade
Dada a popularidade das redes sociais virtuais, estas tornaram-se também um local onde os criminosos virtuais tentam enganar os utilizadores menos atentos. Uma forma de o conseguir é entrando de forma ilícita no perfil dos utilizadores dessas redes e, através destas, enviar mensagens aos amigos da lista da vítima com mensagens de publicidade, phishing, SPAM e outras comunicações não solicitadas.
Muitas vezes, os legítimos proprietários das páginas pessoais não se dão conta deste facto, podendo ser depois alvo de manifestações de desagrado por parte de quem recebeu as mensagens.
Além dos propósitos publicitários e/ou de recolha ilegítima de dados, também há a apropriação que apenas pretende incomodar o utilizador: um método recorrente é o de enviar mensagens na forma de boletins (vistos por todos os amigos na lista dessa pessoa) com frases obscenas ou convites explícitos para as mais diversas actividades. Este fenómeno pode ser visto como uma forma de cyberbullying.
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Falsas identidades
Tendo em conta a facilidade com que se pode criar uma página pessoal nos sítios de redes sociais virtuais, um utilizador mal-intencionado também pode criar uma página com dados falsos para atrair um determinado tipo de pessoas e as enganar, importunar ou explorar. Um exemplo disso são os molestadores de crianças, que criam páginas de perfil fazendo-se passar por jovens com determinados interesses, a fim de se aproximarem de uma criança vulnerável.
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Imagens, opiniões e outros.
É muito fácil um utilizador perder o controlo dos dados que coloca na sua página pessoal: assim que um dado fica online, muito dificilmente desaparecerá, mesmo se depois for apagado. É muito fácil, por exemplo, alguém copiar as imagens colocadas num perfil e divulgá-las por outros, distorcê-las e até inseri-las noutras situações, descontextualizando-as completamente.
Uma opinião manifestada de determinada forma numa página pessoal pode inflamar os nimos de outro utilizador e, assim, gerar uma onda de insultos. Reportando-nos novamente às imagens, as fotografias de conteúdo provocante também podem suscitar reacções indesejadas e/ou perseguições online e na vida real.
Por outro lado, já é frequente alguns empregadores pesquisarem as informações colocadas online por parte dos candidatos a determinados empregos, a fim de verificar se o perfil destas se adequa ao que a empresa pretende. Da mesma forma, também são conhecidos os casos de funcionários que são despedidos por manifestarem determinadas opiniões acerca dos seus empregadores nas suas páginas de rede social ou blogues.
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Cyberbullying
Embora já nos tenhamos referido a este factor nos outros pontos desta secção, é importante sublinhar a sua existência. O cyberbullying não é alheio às redes sociais virtuais, dado que é precisamente nestas redes que os utilizadores se tendem a expor mais.
Alguns sítios de redes sociais dão aos utilizadores a possibilidade de classificar cada perfil numa dada escala (por exemplo, de “morno” a “quente!”). Embora possa parecer inócua, esta funcionalidade pode fomentar a discriminação dos utilizadores com base nas suas características, como as raciais, de orientação sexual ou aparência física. Incentivar outros a dar uma classificação negativa e enviar comentários de ataque à dignidade do utilizador são formas de cyberbullying.
- Ausência de controlo efectivo de idade
Embora os sítios de redes sociais virtuais definam uma idade mínima permitida para se ter uma página pessoal, nada impede um jovem com idade inferior ao permitido de se inscrever na mesma. A ausência de métodos de controlo eficazes faz com que um jovem de reduzida idade possa ser exposto a conteúdos inapropriados ou, de modo ainda mais preocupante, ser abordado por pessoas que, sabendo ou não a sua idade real, o possam lesar de alguma forma.
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(Quase) ausência de moderação
Embora tenha pessoas especializadas encarregues de monitorizar os conteúdos das páginas pessoais, os sítios Web das redes sociais virtuais possuem demasiados utilizadores para o número de moderadores existente, facilitando assim a inserção e manutenção de conteúdos que vão contra as regras de funcionamento dos sítios. É esperado que os utilizadores se monitorizem uns aos outros, reportando aos moderadores a existência de conteúdos inapropriados nos perfis visitados.
Por outro lado, mesmo quando há reporte de conteúdos inapropriados, e os mesmos são retirados, é complicado vigiar esse perfil e ver se estes são novamente colocados online. Quando uma conta é cancelada, torna-se igualmente complicado barrar o acesso desse utilizador a um sítio Web gratuito – nada o impede, portanto, de abrir nova conta e inserir dados diferentes, usufruindo impunemente da sua nova conta.
Que cuidados devo ter?
Dada a popularidade das redes sociais virtuais, torna-se de extrema importncia que o utilizador conheça as formas de se proteger contra possíveis ameaças.
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Não forneça inadvertidamente dados pessoais
Evite colocar informações que possam levar desconhecidos a encontrá-lo(a), como por exemplo dados sobre o local onde reside, trabalha, números de telefone. Esta regra é tanto mais importante quanto mais jovem for o utilizador: informe os seus educandos acerca dos perigos de colocar informação pessoal online e explique-lhes porque nunca deve escrever algo que possa levar alguém a identificá-lo e encontrá-lo.
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Não aceite pedidos de amizade se o conteúdo da página o deixar desconfortável
Se receber um pedido de amizade na sua página pessoal, veja sempre a página dessa pessoa. Leia o que essa pessoa escreve, veja as suas fotografias e leia os comentários deixados por outros utilizadores. Se houver alguma coisa que o deixe desconfortável, recuse adicionar essa pessoa à sua lista. Um pedido é isso mesmo, e cabe a quem o recebe decidir se o quer aceitar ou não.
Lembre-se que, em caso de dúvida, o melhor é recusar um pedido. Aceitar figurar como “amigo(a)” de outro utilizador é uma forma implícita de mostrar concordncia com os seus ideais e pensamentos. Se um perfil contiver dados que vão contra a sua forma de pensar, quer ser associado(a) ao autor dos mesmos?
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Não responda a comentários ou conteúdos ofensivos
Se alguém colocar um comentário ofensivo no seu perfil, opte por apagar esse comentário e a pessoa que o fez da sua lista de amigos. Certifique-se, no entanto, que a mensagem não adveio de uma apropriação indevida de identidade, caso contrário, estará a eliminar alguém inocente.
Caso o comentário ou conteúdo enviado vier legitimamente desse utilizador e o mesmo for contra as regras do sítio Web, reporte-o aos moderadores.
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Os dados não são privados
A regra de ouro é: tudo o que for colocado na Internet deixa de ser privado. Mesmo que o seu perfil esteja definido como privado, nada impede a quem tenha acesso autorizado ao mesmo de copiar os seus conteúdos e enviá-los a terceiros. Se pensar em colocar algo na sua página pessoal que o deixe com dúvidas, opte por não o colocar de todo.
As regras acima apresentadas servem para todos aqueles que pretenderem ter uma utilização o mais segura possível das redes sociais virtuais. Contudo, dado que estas são bastante populares junto dos mais novos, aqui ficam também algumas regras que os educadores devem fazer cumprir junto dos seus educandos:
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Colocar os perfis como privados
Alguns sítios Web optam por considerar privados os perfis dos utilizadores de uma determinada faixa etária, bloqueando-os do acesso geral. Os dados das páginas privadas apenas são visíveis pelas pessoas na lista de amigos desse utilizador, o que lhe proporciona uma segurança adicional. Caso o sítio onde o jovem está inscrito não possua esta funcionalidade automatizada, é aconselhável ele mesmo torne a sua página privada.
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Aceitar apenas utilizadores que conhece pessoalmente
Se apenas aceitar ter na sua rede de amigos aqueles que já conhece pessoalmente, o jovem diminui muito as probabilidades de ser abordado por um predador online, ou até de ser vítima de cyberbullying.
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Não aceitar conhecer os amigos virtuais pessoalmente
Nem toda a gente é na realidade o que diz ser na Internet. Há relatos de crianças raptadas, abusadas e violadas por predadores online que conseguiram acesso a elas pessoalmente.
Se, porventura, o educador aceder que o seu educando conheça um amigo virtual pessoalmente, deve ir com ele ao encontro, que deverá ser num local público, frequentado por muitas pessoas (por exemplo, um centro comercial) e de dia. Caso o seu educando insista em encontrar-se com alguém sem a sua presença, não o autorize e explique o porquê de tal atitude.
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Cuidado com as fotografias
Fotografias reveladoras do local onde foram tiradas podem tornar um jovem vulnerável a encontros pessoais por parte de predadores online.
Outra forma de vulnerabilidade prende-se com a colocação de fotografias de natureza provocante. Há jovens que procuram aceitação social através da exposição do seu corpo. Explique ao seu educando quais os perigos de o fazer. Ser alvo do desejo de indivíduos mal-intencionados pode conduzir o menor a perigos desnecessários online e/ou na vida real.
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Não colocar informações sobre terceiros
O jovem deve estar atento para não colocar dados na sua
página pessoal que revelem informações sobre os amigos.
Estas informações, se puderem levar à sua identificação,
podem colocá-los em perigo desnecessário. Fale com o seu
educando acerca destes perigos e da necessidade de pedir
sempre autorização sempre que quiser colocar qualquer tipo
de informação que refira um(a) amigo(a).
Por fim, tenha sempre em mente que a melhor forma de manter o seu educando seguro é manter uma comunicação aberta com ele. Cabe aos educadores certificar-se que os jovens ao seu cuidado fazem uma utilização segura e educada da Internet. Ao impedir, por falta de comunicação, que um jovem recorra a um adulto quando se sente em apuros é deixá-lo sozinho e vulnerável e permitir que o pior aconteça.
Envolva-se nas actividades online do seu educando e mostre-lhe que terá ajuda caso se sinta ameaçado, com medo ou tenha dúvidas quanto a algo que lhe esteja a acontecer. Lembre-se que, por mais cuidados que ensine, um adolescente é um adolescente e, como tal, ir-se-á expor, de uma forma ou outra, a situações que podem ter consequências menos agradáveis e é o papel do adulto o de ensinar, ajudar e educar, para que os erros sejam apenas fontes de aprendizagem e não de amarguras.