Stress pós-traumático
O stress pós-traumático é uma perturbação por ansiedade causada pela exposição a uma situação traumática muito incómoda, na qual a pessoa experimenta mais tarde repetidamente a situação traumática.
As situações que são uma ameaça para a vida ou que podem causar lesões graves podem afectar as pessoas muito depois de terem ocorrido. O medo intenso, o abandono ou o terror podem obcecar uma pessoa. A situação traumática volta a ser experimentada em repetidas ocasiões, geralmente como pesadelos ou imagens que vêm à memória. A pessoa evita persistentemente coisas que lhe recordem o trauma. às vezes os sintomas só começam muitos meses e inclusive anos depois do acontecimento traumático. A pessoa experimenta uma diminuição da sua capacidade geral de reacção e sintomas de hiperactividade (como a dificuldade para conciliar o sono ou assustar-se com facilidade). Os sintomas depressivos são frequentes.
O stress pós-traumático afecta pelo menos 1 % da população uma vez na vida. Nas pessoas com maior risco, como os veteranos da guerra e as vítimas de violações ou de outros actos violentos, tem uma maior incidência. O stress pós-traumático crónico não desaparece, mas muitas vezes torna-se menos intenso com o tempo, inclusive sem tratamento. No entanto, algumas pessoas ficam indefinidamente marcadas por esta perturbação.
Tratamento
O tratamento do stress pós-traumático inclui terapia do comportamento, fármacos e psicoterapia. Na terapia do comportamento, expõe-se a pessoa a situações que podem desencadear recordações da experiência dolorosa. Depois de um aumento inicial do mal-estar, geralmente a terapia comportamental diminui o sofrimento da pessoa. A contenção dos rituais, como lavar-se de maneira excessiva depois de uma agressão sexual, pode ser útil.
Os antidepressivos e os ansiolíticos parecem ser úteis. A psicoterapia de apoio desempenha um papel especialmente importante porque, frequentemente, existe uma ansiedade intensa em relação à recordação dos acontecimentos traumáticos. O terapeuta mostra uma empatia franca e reconhece simpaticamente a dor emocional da pessoa. Confirma à pessoa que a sua resposta é lógica, mas anima-a a encarar as suas recordações durante a terapia comportamental dessensibilizante. Também se ensinam ao doente métodos para controlar a ansiedade, o que o ajuda a modular e a integrar as recordações dolorosas dentro da sua personalidade.
As pessoas com stress pós-traumático têm com frequência sentimentos de culpabilidade. Por exemplo podem julgar que actuaram de forma inaceitavelmente agressiva e destrutiva durante o combate ou podem ter sofrido uma experiência traumática na qual morreram familiares ou amigos e sentem culpa por terem sobrevivido. Se for assim, a psicoterapia orientada para a introspecção pode ajudar estas pessoas a compreenderem a razão pela qual se estão a auto-inculpar e a libertarem-se desses sentimentos de culpa. Esta técnica psicoterapêutica pode ser necessária para ajudar a pessoa a recuperar as recordações traumáticas-chave que foram reprimidas, de tal forma que possam ser manejadas de forma construtiva.
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