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PSICOLOGIA: Somatização
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De: NATY-NATY  (Mensaje original) Enviado: 04/11/2009 21:25

Somatização


A somatização é uma doença crónica e grave caracterizada pela presença de muitos sintomas físicos, em particular de uma combinação de dor e de sintomas das esferas gastrointestinal, sexual e neurológica.

As causas da somatização são desconhecidas. Ela é apresentada frequentemente como uma característica familiar. As pessoas com essa perturbação tendem também a ter perturbações da personalidade caracterizadas por egocentrismo (personalidade narcisista) e por uma dependência exagerada dos outros (personalidade dependente). (Ver secção 7, capítulo 89)

Os sintomas aparecem pela primeira vez na adolescência ou cedo na idade adulta e crê-se que ocorrem predominantemente nas mulheres. Os familiares do sexo masculino das mulheres com esta perturbação tendem a ter uma alta incidência de comportamento socialmente inapropriado e de alcoolismo.

Sintomas

Uma pessoa com somatização apresenta muitas queixas difusas de carácter físico. Embora possa afectar qualquer parte do corpo, os sintomas exprimem-se mais frequentemente como dores de cabeça, náuseas e vómitos, dor abdominal, menstruações dolorosas, cansaço, perdas de consciência, relações sexuais dolorosas e perda do desejo sexual. Embora os sintomas costumem ser primariamente físicos, também podem referir ansiedade e depressão. As pessoas com somatização descrevem os seus sintomas de um modo dramático e emotivo, referindo-se-lhes frequentemente como «insuportáveis», «indescritíveis» ou «o pior imaginável».

Estas pessoas mostram uma extrema dependência nas suas relações sociais. Pedem cada vez mais ajuda e apoio emocional e podem enfurecer-se quando sentem que não lhes satisfazem as suas necessidades. São muitas vezes descritos como exibicionistas e sedutores. Numa tentativa de manipular os outros, podem ameaçar suicidar-se ou inclusive tentá-lo. Estão frequentemente descontentes com a assistência médica que recebem e saltam de um médico para outro.

Os sintomas físicos parecem ser um modo de pedir ajuda e atenção. A intensidade e a persistência dos sintomas reflectem o desejo intenso da pessoa de ser atendida em cada um dos aspectos da sua vida. Os sintomas também parecem servir outros propósitos, como permitir que a pessoa iluda as responsabilidades da vida adulta. Os sintomas tendem a ser incómodos e impedem a pessoa de se envolver em projectos atractivos, o que sugere que também sofre de sentimentos de incapacidade e de culpabilidade. Os sintomas impedem o prazer e, simultaneamente, actuam como castigo.

Diagnóstico

As pessoas com somatização não estão conscientes de que o seu problema é basicamente psicológico e por isso pressionam os seus médicos para que lhes façam estudos diagnósticos e tratamentos. O médico vê-se obrigado a efectuar muitos exames físicos e análises para determinar se a pessoa tem uma perturbação física que explique os sintomas. As interconsultas com especialistas são frequentes, mesmo quando a pessoa tenha desenvolvido uma relação razoavelmente satisfatória com o seu médico.

Uma vez que o médico determina que a alteração é psicológica, a somatização pode ser distinguida de outras perturbações psiquiátricas semelhantes pela sua grande quantidade de sintomas e pela sua tendência a persistir durante muitos anos. Ao diagnóstico juntam-se a natureza dramática das queixas e um comportamento exibicionista, dependente, manipulador e, às vezes, suicida.

Prognóstico e tratamento

A somatização tende a flutuar na sua gravidade, mas persiste toda a vida. É rara a remissão completa dos sintomas durante longos períodos. Algumas pessoas tornam-se mais manifestamente deprimidas com o passar dos anos e as suas referências ao suicídio tornam-se mais ameaçadoras. O suicídio é um risco real.

O tratamento é extremamente difícil. As pessoas com perturbações de somatização tendem a ter sentimentos de frustração e a encolerizar-se diante de qualquer sugestão referente ao carácter psicológico dos seus sintomas. Portanto, os médicos não podem tratar o problema directamente como de ordem psicológica, embora reconhecendo-o como tal. Os medicamentos não são de grande ajuda e inclusive, ainda que a pessoa vá a uma consulta psiquiátrica, as técnicas de psicoterapia específicas têm poucas possibilidades de êxito. De um modo geral, o melhor tratamento é uma relação médico-doente relaxada, firme e de apoio, onde o médico oferece alívio somático e protege a pessoa de possíveis procedimentos diagnósticos ou terapêuticos muito dispendiosos e possivelmente perigosos. No entanto, o médico deve permanecer atento à possibilidade de a pessoa desenvolver uma doença orgnica.




Síndroma de Munchausen: fingir doença para chamar a atenção
A síndroma de Munchausen, tanbém deniminada simulação, não é uma perturbação somatoforme, mas as suas características são parecidas com as das perturbações psiquiátricas sob a aparência de uma doença orgnica. A diferença reside no facto de as pessoas com o síndroma de Munchausen simularem de forma consciente os sintomas de uma perturbação física. Estas inventem doenças repetidamente e muitas vezes andam de hospital em hospital à procura de tratamento.
No entanto, a síndroma de Munchausen é mais complexa do que a simples invenção e simulação desleal de sintomas. A perturbação associa-se a problemas emocionais graves. As pessoas com a perturbação são geralmente bastante inteligentes e cheias de recursos; não só sabem como imitar doenças mas têm também um conhecimento sofisticado das práticas médicas.
Podem manipular os seus cuidados de forma que sejam hospitalizadas e submetidas a análises intensas e tratamentos, incluindo grandes cirurgias. Os seus enganos são conscientes, mas as suas motivações e exigências de atenção são manifestamente inconscientes.
Uma variante curiosa da síndroma é chamada Munchausen por procuração. Nesta perturbação, uma criança é usada como doente passivo, geralmente por um progenitor. O progenitor falsifica a história médica da criança e pode causar-lhe prejuízo com medicamentos ou juntando sangue ou contaminantes bacterianos às suas amostras de urina, orientando todo o seu esforço para simular uma doença. A motivação subjacente num comportamento tão estranho como este parece ser uma necessidade doentia de atenção e de manter uma relação intensa com a criança.



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