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Nota: Esta página é sobre a esposa do rei Clóvis I. Se procura outros significados da mesma expressão, consulte Clotilde.
Santa Clotilde (◊ 477 † 3 de Junho de 546), rainha dos francos, nasceu provavelmente em Lyons, e morreu em Tours. Filha do rei burgúndio Chilperico, foi esposa de Clóvis I. Após morte do rei Gundovico, o reino da Borgonha foi dividido entre seus quatro filhos, com Chilperico reinando em Lyons, Gondebado em Viena, Godegisil em Genebra e Gondemar, cuja capital não é mencionada. Chilperico e provavelmente Godegisil eram católicos, enquanto Gondebado professava o arianismo.
Clotilda foi educada religiosamente por sua mãe, Carretena, que, de acordo com Sidônio Apolinário e Fortunato de Poitiers, era uma mulher extraordinária. Após amorte de Chilperico, Caretena parece ter fixado residência com Godegisil em Genebra, onde sua irmã, Sedeleuba (ou Crona), fundou a igreja de São Vítor, e tornou-se freira. Foi logo depois da morte de Chilperico que Clóvis pediu e obteve a mão de Clotilde.
Do sexto século em diante, o casamento de Clóvis e Clotilde tornou-se tema de narrativas épicas, nas quais os fatos reais foram alterados e as várias versões encontradas estão entre os trabalhos de diferentes cronistas francos, como Gregório de Tours, Fredegar e no Liber Historiae. Estas narrativas têm a característica comum a todos os poemas nupciais da poesia épica primitiva encontrada entre muitos povos germnicos. Aqui bastará resumir as lendas e adicionar um breve relato dos fatos históricos. Os poemas populares substituíram o rei Godegisil, tio e protetor de Clotilde, por seu irmão Gondebado, que era representado como perseguidor da jovem princesa. Gondebado é supostamente assassina Chilperico, atira sua esposa num poço com uma pedra amarrada ao pescoço, e exila suas duas filhas. Clóvis, ao ouvir sobre a beleza da jovem Clotilde, envia seu amigo Aureliano, disfarçado de mendigo, para visitá-la em segredo, dando-lhe um anel de ouro enviado por seu mestre. Ele então pede a mão da princesa a Gondebado. Gondebado, temendo o poderoso rei dos francos, não ousa recusar o pedido, e Clotilde então acompanha Aureliano e sua escolta na sua jornada de retorno. Eles se apressam para chegar a território franco, por Clotilde temer que Arédio, o dedicado conselheiro de Gondebado, no seu retorno de Constantinopla, para onde havia sido enviado em missão, influenciasse seu mestre a cancelar sua promessa. Seus temores eram justificados. Pouco tempo depois da partida da princesa, Arédio retornou e motivou Gondebado a se arrepender. Tropas foram enviadas para trazer Clotilde de volta, mas era tarde: ela já se encontrava em solo franco. Os detalhes dessa narração são pura lenda. Comprova-se historicamente que a morte de Chilperico foi lamentada por Gondebado, e que Caretena viveu até 506: ela morreu "cheia de dias", diz seu epitáfio, tendo a alegria de ver suas crianças serem educadas na religião católica. Aureliano e Arédio são personagens históricos, mas pouco se