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Poluição Luminosa)
Fotografia
nocturna da
Terra. Os pontos mais claros mostram as regiões no planeta com maior emissão de poluição luminosa.
Poluição luminosa é o tipo de poluição ocasionada pelo luz excessiva ou obstrusiva criada por humanos. A poluição luminosa interfere nos ecossistemas, causa efeitos negativos à saúde, ilumina a atmosfera das cidades, reduzindo a visibilidade das estrelas e interfere na observação astronômica.
Este tipo de poluição é considerado um efeito colateral da industrialização. A fonte de poluição neste caso consiste das luminárias internas e externas de residências e outros estabelecimentos, anúncios publicitários, iluminação viária, sinalização aérea e marítma, bem como toda outra fonte artificial de luz. A poluição luminosa é mais intensa em áreas densamente povoadas e fortemente industrializadas na América do Norte, Europa e Japão.
Com os avanços das viagens espaciais privadas, a perspectiva de outdoors surgindo no futuro próximo tem levantado a preocupação que tais objetos possam se tornar uma nova fonte de poluição luminosa. A agência de aviação estadunidense, Federal Aviation Administration, deu permissão em maio de 2005 para a criação de uma lei proibindo anúncios "obstrusivos" na órbita da terra.[1][2]
O termo é frequentemente confundido com poluição visual.
A poluição luminosa é definida como a alteração dos padrões iluminação no meio ambiente devido às fontes de luz criadas pelo homem (como poluição luminosa ecológica) [3]. Inclui: luz directa, aumento crónico e temporário da iluminação, flutuações inesperadas nas iluminações artificiais. As fontes deste tipo de iluminação são várias e encontram-se praticamente em todos os ecossistemas na forma de sky glows, edifícios e torres iluminadas, luz das ruas, barcos de pesca, luzes de segurança, luz nos veículos e chamas nas plataformas petrolíferas costeiras.
Pode ser quantificada através de medidas absolutas de concentração e emissão ou através de medidas relativas, parte de uma quantidade de luz artificial por unidade de luz natural no mesmo sistema.
A variedade das condições ambientais contribui para a separação dos recursos e para uma maior biodiversidade. Alguns processos naturais só podem acontecer durante a noite na escuridão, como por exemplo, repouso, reparação, navegação celestial, predação ou recarga dos sistemas. Por esta razão, a escuridão possui igual importncia à luz do dia. É indispensável para um funcionamento saudável dos organismos e de todo o ecossistema [4].
A perturbação dos padrões naturais de luz e escuridão influência vários aspectos do comportamento animal [3]. A poluição luminosa pode confundir a navegação animal, alterar interacções de competição, alterar relações entre presas predadores e afectar a fisiologia do animal.
O estudo sobre a poluição luminosa ainda se encontra no início e por isso os impactos deste problema não são, ainda, totalmente compreendidos. Enquanto que o aumento da claridade do céu noturno representa o efeito mais familiar entre outros tantos (é o mais óbvio e os astrónomos já o reconhecem há muitos anos), outros aspectos alarmantes ainda se encontram por explorar, como por exemplo, o facto de a poluição luminosa conduzir a um maior gasto de energia elétrica. Numa escala global, aproximadamente 19% de toda a electricidade utilizada produz luz à noite. O produto final da iluminação eléctrica gerada pela carbonização de combustíveis fosseis é a descarga dos gases do efeito estufa. Estes gases são responsáveis pelo aquecimento global e pela exaustão dos recursos não-renováveis [4].
A poluição luminosa produz muitos outros impactos no ambiente. Efeitos perigosos envolvem o reino animal, o reino vegetal e a humanidade. Para além de ser eminentemente deteriorativa para aos animais nocturnos, migratórios e para os animais em voo, a poluição luminosa produz também riscos nas plantas [4].
[editar] Impacto sobre as aves
O efeito da luz na forma de fogo ou lmpadas que atrai aves migratórias e não migratórias durante a noite, especialmente na presença de nuvens ou nevoeiro, já é conhecido desde o século XIX e desde então tem sido utilizado como uma forma de caça [3]. As razões que justificam a desorientação das aves através de luz à noite ainda não são conhecidas. Os especialistas sugerem que a navegação das aves que usam o horizonte como orientação para a direcção é interrompido pela claridade e pelo sky glow [5].
[editar] Impacto sobre as tartarugas marinhas
A luz artificial provoca graves efeitos nas fêmeas de tartarugas que procuram locais para postura e nos filhotes, que têm que encontrar o mar. A fêmea evita praias iluminadas para a postura e concentram os ninhos num local com o mínimo de iluminação e zonas com sombra. Isto pode causar uma selecção subóptimal de um habitat para nidificação ou concentração especial de ninhos, com efeitos no número e taxa de reprodução dos filhotes produzidos e uma maior mortalidade destes mesmos [6].
O próprio comportamento “nesting” pode ser afectado por vários factores. O sucesso total de “nesting” das tartarugas marinhas na Flórida está entre os 5% e os 80%. O processo pode ser abandonado quando as tartarugas encontram materiais que estão soterrados, grandes estruturas ou distúrbios humanos. Após terminarem o processo de postura, as tartarugas voltam para o mar. Este processo pode ser afectado pela luz artificial. Em alguns casos, a luz de parques de estacionamento, das ruas e das casas, atraem as tartarugas [4].
A via pela qual os juvenis encontram o mar baseia-se no facto de que o horizonte nocturno sob o mar é mais claro que aquele sob a terra [7]. A luz artificial dos candeeiros das ruas, casas, ou “sky glow” das cidades, especialmente em noites com lua pequena ou mesmo sem lua, pode desorientá-los na sua caminhada para o mar. Devido a estes problemas de desorientação, os juvenis rastejam na direcção errada onde ficam ameaçados por desidratação, predadores e elevadas temperaturas após o nascer do Sol.
[editar] Impacto sobre os peixes
A reacção (atracção e evitamento) dos peixes à luz artificial depende das espécies. Existem estudos importantes sobre o uso da luz artificial em piscicultura e peixes de profundidade. Muitos dos estudos mostram que os peixes evitam fontes de luz branca. Contudo, existem espécies que são atraídas pela luz e isto é utilizado para os apanhar, por exemplo, nas pescas industriais ou, mesmo, desportivas [4].
Um estudo sobre técnicas de iluminação nos peixes do mar profundo mostra que a luz branca interrompe o comportamento natural dos peixes do mar profundo. As observações mostram que a “média do número de peixes que aparece na cmara é muito mais elevada sob luz vermelha do que com luz branca” [8]. As razões são a adaptação dos olhos dos peixes do mar profundo a um ambiente escuro e possíveis danos nos olhos devido a luzes mais brilhantes [4].
Em aquacultura do salmão, a luz que se encontra submersa aumenta a profundidade de natação e reduz a densidade do salmão do Atlntico em jaulas de reprodução. Estes fotoperíodos artificiais são utilizados para prolongar a maturação sexual e aumentar o crescimento. Estudos sugerem que nestas quintas os salmões se posicionam em relação ao gradiente de luz artificial para manter o comportamento em cardume [9].
[editar] Luz de plataformas de petróleo e de pescarias
Devido ao facto de os oceanos possuírem menos fontes de luz artificial comparando com ambiente terrestres, o efeito e alcance de uma única fonte é muito mais elevado. Como consequência destas circunstncias, as aves marinhas são altamente atraídas pelos faróis das plataformas e podem ficar directamente aleijados ou morrer devido ao calor, óleo e colisão, mas também indirectamente pelo efeitos de armadilha da luz que faz com que as aves circulem à volta da fonte de iluminação, reduzindo as suas reservas energéticas tornando-as incapacitadas de alcançar a costa mais próxima ou diminuindo a sua habilidade para sobreviver ao inverno e à reprodução. Existem pescarias que utilizam a luz para atrair peixes e Lulas, contudo também atraem aves. Os anzóis podem também danificar as aves [5].