1860-1875
O Anarquismo moderno tem início na Grécia em 1860 com a publicação dos primeiros textos libertários, bem como uma série de ações anarquistas organizadas em Atenas. Muito do que foi escrito e publicado pelos anarquistas gregos naquele período fora profundamente influenciado pelas atividades e propostas apresentadas pelas organizações e propagandistas do Leste Europeu.
Emanouil Dadaoglou, um mercador da Smyrna, provavelmente teve contato com os ideais anarquistas junto a refugiados políticos italianos que chegaram em Patras em 1849 durante a Guerra das duas Sicílias. Juntamente com o anarquista italiano Amilcare Cipriani, fundador do "Clube Democrático", eles organizara um grupo e tomaram parte na revolução contra o Rei Otto em 1862, realizando bloqueios nas estradas na área de Kapnikarea.[3]
De 1864 à 1867 Dadaoglou foi a Itália na região de Nápoles onde se tornou membro da Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT), seguindo os ideais propostos por Mikail Bakunin. Naquele período conheceu Maria Pantazi, prostituta de profissão, que se tornaria sua companheira durante toda vida. No final da década de 1860 Dadaoglou retornou para a Grécia, vindo a falecer em 1870. Após sua morte Maria Pantazi deixou a Grécia em direção a França onde se juntou a Comuna de Paris, combatendo e morrendo junto com outros milhares de communards pelas mãos da guarda real.
O primeiro periódico anarquista grego fundado em 3 de Setembro de 1861 foi o jornal diário "φώς" (Luz) tendo ao todo 334 edições. O artigo principal de sua primeira edição de autoria anônima tenha como título "Anarquia parte A". Todas os seus exemplares foram confiscados poucas horas depois de serem lançados durante uma batida policial ao prédio onde funcionava o periódico. Entre outras violências a polícia "forçou" seu proprietário a jamais publicar outro artigo, logo a parte B jamais foi publicada.
Movimentos anarquistas também ocorreram nas ilhas Eptanisa onde duas figuras memoráveis Mikelis Avlichos e Nikos Konemenos, tiveram papel de destaque. Avlichos que havia estudado em Berna, Suíça onde conhecera Bakunin antes de retornar a Kefalonia onde havia nascido. Lá publicou alguns artigos que não resistiram ao tempo. Konemenos, viveu em Corfu durante boa parte de sua vida, fora ele o primeiro a utilizar o termo "comunismo" em grego e um dos primeiros a falar em nome da igualdade entre homens e mulheres. Em 1893 ele publicou um livro em italiano chamado (Ladri ed omicidi, "Ladrões e homicidas").