Controlar o colesterol infantil é fundamental para que os pequenos se tornem adultos saudáveis. Uma campanha da Rede Vanguarda, em parceria com o Sesi, alerta para a importncia de testar o colesterol das crianças. Em São José dos Campos, uma família mudou os hábitos alimentares após receber o resultado de um exame.

Pietra passa a maior parte do dia brincando. Mas é verdade que, também adora gastar um tempinho a mais na cozinha, comendo!
E, há dois anos, essa rotina teve de ser regrada. Os médicos diagnosticaram colesterol alto. “eu falo pra ela comer menos na escola, leva a bolachinha dela mesmo, né? É bom pra ela, pra saúde dela, que ela tem que se controlar porque ela já está uma mocinha, né?”, diz a mãe Deise Ferracin.

Aos oito anos, ela ainda tem dificuldade em negar algumas tentações. “Os outros comem, oferecem pra mim, eu falo que não. Daí é muito difícil pra mim”, diz Pietra Ferracin, de 8 anos.

Também não é muito fã de itens de uma alimentação saudável. “Eu experimentei em casa, achei mais ou menos bom o leite. É meio ruim”, diz.

Mas é justamente esta alimentação controlada que permite o equilíbrio do colesterol. Aliado, é claro, à atividade física.

O colesterol é um tipo de gordura encontrada no organismo. A maior parte dela (70%) é produzida pelo próprio corpo e o restante (30%) vem da dieta. Existem dois tipos de colesterol no sangue: o chamado LDL, colesterol ruim, que provoca acúmulo de gordura nas paredes das artérias. E o colesterol bom, o HDL, que transporta o colesterol das células para o fígado. Este é eliminado pela bile e pelas fezes. Os dois precisam, estar em equilíbrio.

O controle do colesterol em crianças é fundamental para que elas se tornem adultos saudáveis. É um programa preventivo. É raro o caso de uma criança que desenvolve, na infncia, problemas cardíacos. Mas se o colesterol não for equilibrado nesta fase da vida, as complicações podem ser severas no futuro.

O acúmulo de gordura nas artérias pode provocar doenças como o infarto e o AVC. “O colesterol tem uma parte que é determinada geneticamente, ou seja, já nasce com essa predisposição. Mas muito depende também da alimentação e do estilo de vida, né? Se o paciente se alimenta adequadamente ou não; se ele pratica esporte ou não. E o esporte é responsável, principalmente, pelo colesterol bom. Por isso que ele é necessário no dia-a-dia da criança”, explica a endocrinologista pediátrica Flavia Mota Leite.

O Programa Alecrim, da prefeitura, atende crianças obesas. São sete reuniões em que pais e filhos recebem orientações para uma alimentação saudável. “62% das crianças mostraram redução do IMC (índice de massa corporal), então isso mostra a proporção: quanto que o peso ficou bom para a altura dessas crianças”, diz a nutricionista Elizabeth Bismarck.

O que oferecer às crianças?

Mas nem toda criança obesa tem colesterol alto. Por outro lado, há crianças magras com este problema. E daí, como fazer? Em casa, você ainda tem um controle melhor do que seu filho come, não é mesmo? Mas e na rua, na escola, por exemplo? Saiba o que faz mal e o que faz bem para a saúde nessa idade escolar.

“Se as crianças tiverem consciência de que isso faz bem para a saúde delas, eu acredito que fica mais fácil conseguirmos essa mudança de hábito alimentar. É um desafio, mas possível”, diz a nutricionista do SESI, Rita Cicerone.

Na hora de preparar o lanche das crianças, preferir o suco natural ao invés do refrigerante, frutas que são pouco usuais, mas muito importantes. Uma maçã por dia, duas colheres de aveia por dia junto com a banana, o uso do iogurte com cereais matinais são bastante saudáveis. Também água de coco, sucos naturais, chás, sanduíche natural, bolo simples. Ou seja, a criança não está proibida de comer alimentos gostosos, ela só tem que evitar o excesso de gordura.

Também é importante reforçar que nem toda criança que está acima do peso tem colesterol. “Existem crianças magras que têm alteração de colesterol, principalmente, se houver casos na família. Por isso, é bom fazer exame de sangue para saber o resultado do colesterol”, explica a nutricionista Rita Cicerone.

Na hora do almoço, o prato da criança deve ter: salada (mesmo que sejam só alface e tomate), optar por carne branca, sempre pelo mais saudável: frutas, legumes e muita fibra na alimentação.

Lembrando: sábado (21) será realizado o teste de colesterol nas crianças de 5 a 14 anos, uma campanha da Rede Vanguarda e do Sesi. Não dói e é de graça. Será no Sesi de São José dos Campos, das 09 às 17 horas.