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O síndrome do cólon irritável (ou síndrome do intestino irritável) ou doença intestinal funcional, abreviado em português como SCI, SII ou SIR e, em inglês, como IBS (irritable bowel syndrome) é uma doença funcional, ou seja, não há lesão orgnica presente no intestino, mas causa grande desconforto nas pessoas que a apresentam. A SCI apresenta o início dos sintomas mais comumente na juventude e é caracterizada por dor abdominal com cólica, distensão abdominal por gases, obstipação ("intestino preso", constipação severa, obstrução intestinal) ou diarréia. O fator emocional é extremamente relevante nesta doença, já que é ele quem desencadeia os sintomas.
Desta forma, o ponto inicial do tratamento do síndrome do cólon irritável é a mudança de estilo de vida, o que levaria a uma diminuição do estresse e da ansiedade. Nessa sentido considera-se a conexão do síndrome do cólon irritável com desequilíbrios da serotonina no organismo, motivados por diversos fatores. A importncia do neurotransmissor serotonina é considerada como relevante na regulação dos movimentos peristálticos no intestino[1].
Os principais sintomas são as dores abdominais, obstipação ou diarreia durante um período prolongado. É comum a sensação de esvaziamento incompleto do conteúdo intestinal após a evacuação.
[editar] Diagnóstico
Como não existem lesões responsáveis pelo aparecimento do síndrome, o diagnóstico é feito clinicamente, com base na interpretação dos sintomas relatados ao médico, que diante de exames complementares exclui a possibilidade de patologias mais graves. Muitas vezes os sintomas apresentados também podem ocorrer no cncer de cólon e em doenças inflamatórias intestinais como a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn, sendo importante o exame da colonoscopia afim de subsidiar um diagnóstico diferencial. Entre os critérios que podem auxiliar no diagnóstico pode-se citar os critérios de Manning (1978), e os critérios de Roma II (1999).
De um modo geral o diagnóstico diferencial do síndrome do intestino irritável deve excluir:
• Apendicite, colecistite e litíase renal com sintomas de dor abdominal e/ou lombar, onde se sugere os seguintes exames: hemograma, RX simples de abdômen, exame de urina e ultra-som abdominal.
• Diverticulite com sintomas de dor abdominal (cólica) onde se sugere os exames de: hemograma, ultra-som ou tomografia abdominal, enema opaco, colonoscopia.
• Deficiência de lactase com sintomas de diarréia e distensão abdominal, onde se sugere os exames de: teste da dieta sem leite e derivados, teste respiratório ou de tolerncia a lactose.
• Doença celíaca com sintomas de esteatorréia e/ou distensão abdominal, onde se sugere os exames de: antiendomísio, biópsia duodenal.
• Retocolite ulcerativa com sintomas de diarréia com muco e sangue e dor (cólica), onde se sugere os exames de: prova de atividade inflamatória alteradas, prova de atividade inespecífica abdominal, retossigmoidoscopia, colonoscopia (biópsias), enema opaco.
• Doença de Crohn com sintomas de diarréia ou esteatorréia e dor, onde se sugere os exames do item anterior associados ao de trnsito intestinal abdominal e de distensão.
• Estrongiloidíase, giardíase com sintomas de diarréia, distensão e dor abdominal, onde se sugere os exames de: parasitológico de fezes, tubagem duodenal.
• Amebíase com sintomas de diarréia com muco e sangue, dor abdominal, onde se sugere os exames de: parasitológico de fezes, retossigmoidoscopia abdominal.
[editar] Tratamento
A dieta deve ser verificada. Algumas evidências indicam que uma dieta com menos gordura poder ser viável.[2]
Apesar das variações individuais, as quais são muitas, alguns alimentos parecem produzir maiores disfunções gastrointestinais. São eles: café, chocolate sólido (que contenha leite ou gordura), frituras, bebidas gaseificadas, derivados de leite (mesmo quando não há intolerncia a lactose) e álcool.[3]
Há alguns casos isolados, da forma diarréica, em que uma dieta livre de glúten, laticínios (leite e seus derivados) e soja tem se mostrado eficaz na supressão dos principais sintomas. A hipótese mais plausível é a de que algumas proteínas contidas nestes alimentos seriam de difícil digestão para os portadores do síndrome.[4] [5]
Conforme o tipo do Síndrome do Cólon Irritável, que podem incluir tendências a constipação ou a diarréia, considera-se os seguintes tratamentos medicamentosos:
- Antiespasmódicos: devem ser empregados com cuidado nos casos de obstipação;
- Agentes que aumentam o bolo fecal como dieta rica em fibras: os estudos mostram, contudo, que nem sempre uma dieta rica em fibras auxilia no tratamento, podendo piorar a flatulência. Usualmente as fibras estão indicadas no tratamento da obstipação;
- Agentes antidiarreicos: contra-indicados na obstipação;
- Antidepressivos tricíclicos: contra-indicados na obstipação;
- Antagonistas do receptor 5HT3 da serotonina: indicados apenas na diarreia;
- Antagonistas do receptor 5HT4 da serotonina: indicados na obstipação e no quadro de constipação crónica.