A
biodiversidade pode contribuir de forma significativa para a
agricultura, a
pecuária, a extracção florestal e a
pesca. No entanto, quase todas as espécies exploradas economicamente, seja vegetal, como a
soja e o
café, seja animal, como o
frango, são originárias de outros países, e sua exploração é feita de forma freqüentemente danosa ao
meio-ambiente. Já o aproveitamento econômico de espécies nativas ainda engatinha. Para o
PIB brasileiro, o sector florestal representa pouco mais de 1% e a
pesca, 0,4%. A pequena participação das espécies nativas na economia tem, entre suas causas, a falta de políticas e investimentos tanto para a pesquisa básica como para o desenvolvimento de produtos. Na falta disso, não há como calcular quanto o
Brasil poderia receber por patentes e tecnologias desenvolvidas com o estudo de sua
biodiversidade – algo que, segundo alguns especialistas, estaria na casa dos trilhões de
dólares. Um único medicamento para o controle da hipertensão, desenvolvido com o veneno da
jararaca, espécie
brasileira, rendia cerca de 1,5 bilhão de
dólares por ano ao laboratório estrangeiro que o patenteou, um valor comparável às exportações nacionais de carne bovina e suína somadas.