O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira que a greve de fome do ex-ativista Césare Battisti não fará pressão para frear sua extradição à Itália, onde foi condenado à prisão perpétua por quatro assassinatos. O STF autorizou esta semana a extradição de Battisti à Itália, embora tenha deixado a decisão final nas mãos de Lula.
Battisti, ex-ativista do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), foi condenado à prisão perpétua na Itália em 1983 por supostamente ter coordenado o assassinato de quatro pessoas entre 1977 e 1979. Ele foi preso em março de 2007 no Rio de Janeiro e o governo italiano pediu sua extradição em maio do mesmo ano. Sob o argumento de "fundado temor de perseguição", o ministro da Justiça, Tarso Genro, concedeu status de refugiado político ao italiano em janeiro. O Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) havia dado parecer contrário ao refúgio. A maioria dos ministros do STF votou a favor da extradição.
"Fazer greve de fome não o ajuda. A greve de fome ou é um ato de desespero ou de ignorncia", afirmou Lula em entrevista a duas rádios do nordeste do país. O presidente assegurou que vai levar em conta todos os fatores, incluindo o fato de Battisti ser acusado no Brasil de falsificar seu passaporte, antes de tomar uma decisão.
Posteriormente, em coletiva de imprensa em Salvador com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, Lula assegurou que a decisão da extradição ainda não foi tomada, já que ainda não recebeu a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
O presidente disse que uma vez que receba a carta do STF, analisará a situação com os analistas políticos e tomará a decisão.