NO OCEANO PACÍFICO, "BOLHA" DE PLÁSTICO É MARCA DO HOMEM
Atualizado em 29 de julho de 2008 às 12:29 | Publicado em 24 de julho de 2008 às 11:43
Durabilidade, estabilidade e resistência à desintegração. As
propriedades que fazem do plástico produto de grande utilidade também o
tornam um dos maiores vilões ambientais. São produzidos anualmente
cerca de 100 milhões de toneladas de plástico e cerca de 10% do total
acabam nos oceanos. Destes, 80% são originários da terra firme.
No oceano Pacífico há uma enorme camada flutuante de plástico que já é
considerada a maior concentração de lixo do mundo, com cerca de 1.000
km de extensão. Vai da costa da Califórnia a meio caminho do Japão, com
uma profundidade de mais ou menos 10 metros .
Acredita-se que haja neste vórtex de lixo cerca de 100 milhões de toneladas de plástico de todos os tipos.
Pedaços de redes, garrafas, tampas, bolas , bonecas, patos de
borracha, tênis, isqueiros, sacolas plásticas, caiaques, malas e todo
tipo de plástico. Segundo seus descobridores, a mancha de lixo - ou
sopa plástica - tem quase duas vezes o tamanho dos Estados Unidos.
O oceanógrafo Curtis Ebbesmeyer, que pesquisa esta mancha há 15 anos,
compara o vórtex a uma entidade viva, um grande animal se movimentando
livremente pelo Pacífico. Quando passa perto do continente a mancha
causa praias cobertas de lixo plástico de ponta a ponta.
A bolha plástica atualmente está em duas grandes áreas ligadas por
uma faixa estreita. Referem-se a elas como bolha oriental e bolha
ocidental. Um marinheiro que navegou pela região no final dos anos 90
disse que ficou atordoado com a visão do oceano de lixo plástico à sua
frente. 'Como foi possível fazermos isso?' - 'Naveguei por mais de uma
semana sobre todo esse lixo'.
Pesquisadores alertam para o fato de que toda peça plástica que foi
manufaturada desde que descobrimos este material e que não foi
reciclada ainda está em algum lugar do planeta. Acrescente a isso o
problema das partículas decompostas de plástico. Segundo dados de
Curtis Ebbesmeyer em algumas áreas do oceano Pacífico pode se encontrar
uma concentração de polímeros até seis vezes maior que a de
fitoplncton, base da cadeia alimentar marinha.
Segundo o PNUMA, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente,
este plástico é responsável pela morte de mais de um milhão de aves
marinhas todos os anos. Sem contar toda a fauna que vive nesta área,
como tartarugas marinhas, tubarões e centenas de espécies de peixes.
Essa sopa plástica pode funcionar como uma esponja que concentra
poluentes persistentes. Ou seja, qualquer animal que se alimenta nestas
regiões pode ingerir altos índices de venenos que acabam introduzidos,
através da pesca, na cadeia alimentar humana, tornando verdadeira a
afirmação de que o que fazemos à Terra acaba tendo impacto sobre nós,
seres humanos.
Fontes: The Independent, Greenpeace e Mindfully