A água potável é um recurso finito, que se espalha em partes desiguais pela superfície terrestre. Se, por um lado, seu ciclo natural se responsabiliza pela sua manutenção tornando-a um recurso renovável, por outro, suas reservas são limitadas.
A quantidade de água doce produzida pelo seu ciclo natural é hoje basicamente a mesma que em 1950 e que deverá permanecer inalterada até 2050. Essencial para a vida, a água doce tornou-se um problema em todos os continentes, levando a ONU (Organização das Nações Unidas) a criar em 2004 o Dia Mundial da Água - 22 de março.
Preocupar-se com a escassez de água em um planeta que tem 75% de sua superfície coberta por água parece absurdo. No entanto, a maior parte desse volume encontra-se nos mares e oceanos - água salgada, imprópria para o consumo humano e para a produção de alimentos.
Apesar de 75% da superfície do planeta ser recoberta por massas líquidas, a água doce não representa mais do que 3% desse total. Apenas um terço da água doce - presente nos rios, lagos, lençóis freáticos superficiais e atmosfera - é acessível. O restante está concentrado em geleiras, calotas polares e lençóis freáticos profundos, conforme mostra a tabela abaixo:
Local |
Volume (km3) |
Percentual do total (%) |
Oceanos |
1.370.000 |
97,61 |
Calotas polares e geleiras |
29.000 |
2,08 |
Água subterrnea |
4.000 |
0,29 |
Água doce de lagos |
125 |
0,009 |
Água salgada de lagos |
104 |
0,008 |
Água misturada no solo |
67 |
0,005 |
Rios |
1,2 |
0,00009 |
Vapor d’água na atmosfera |
14 |
0,0009 |
Fonte: R.G. Wetzel, 1983. |