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HISTORIA: Reino de Jerusalém
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De: NATY-NATY  (Mensaje original) Enviado: 10/12/2009 20:06

Reino de Jerusalém

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Royaume de Jérusalem
Reino de Jerusalém

Monarquia

Umayyad Flag.svg
1099 – 1291 Mameluke Flag.svg
Flag Brasão
Bandeira Brasão
Localização de Jerusalém
O Próximo Oriente em 1135, com os estados cruzados em tons de verde.
Continente Ásia
País Atuais Israel,
Faixa de Gaza, Cisjordnia,
parte de Egito (Sinai),
parte da Jordnia
Capital Jerusalém
Língua oficial Francês, grego, árabe
Religião Ortodoxia arménia, Cristianismo ocidental
Governo Monarquia
Período histórico Idade Média
 • conquista pelos cruzados 1099
 • Dissolução 1291

O Reino de Jerusalém foi um reino cristão criado no Levante em 1099 pela Primeira Cruzada. Teve a sua capital em Jerusalém e mais tarde em Acre. Foi extinto em 1291, com a queda desta última cidade.

Índice

[esconder]

[editar] Fundação e história remota

O reino surgiu após a captura de Jerusalém pelos cruzados em 1099, o ponto alto da Primeira Cruzada. Godofredo de Bulhão, um dos líderes, tornou-se o seu primeiro monarca, mas preferiu adotar o título de Advocatus Sancti Sepulchri ("Defensor do Santo Sepulcro") no lugar do de rei, ao argumento de que nenhum homem deveria envergar uma coroa onde Cristo havia usado a coroa de espinhos. Godofredo morreu no ano seguinte e seu irmão e sucessor, Balduíno I, foi coroado rei de Jerusalém.

Balduíno expandiu o reino, capturando as cidades portuárias de Acre, Sídon e Beirute, e exerceu a sua suzerania sobre outros estados cruzados ao norte - o Condado de Edessa (que ele havia fundado), o Principado de Antioquia e o Condado de Trípoli. A população de origem européia ocidental aumentou, com os reforços recebidos da Cruzada de 1101; um Patriarca latino foi instalado em Jerusalém. As cidades-Estado de Veneza, Pisa e Gênova começaram a envolver-se nos assuntos do reino, quando suas frotas passaram a apoiar a captura de portos, onde foram autorizadas a formar distritos comerciais autônomos.

Balduíno morreu em 1118, sem deixar herdeiros, e sucedeu-o seu primo, Balduíno de Bourg, conde de Edessa. Este também foi um dirigente capaz e, embora tivesse sido feito prisioneiro pelos turcos várias vezes, as fronteiras do reino continuaram a expandir-se, com a captura da cidade de Tiro em 1124.

[editar] Vida cotidiana

Aos poucos, os habitantes de origem européia começaram a adotar modos orientais, aprendendo o grego e o árabe.

Jerusalém durante as Cruzadas

O reino baseava-se no sistema feudal, à semelhança da Europa à época, embora com diferenças: o modo de produção agrícola continuou a ter muçulmanos ou cristãos ortodoxos à frente, os quais se reportavam nominalmente aos nobres latinos donos das terras; estes, porém, preferiam permanecer nos centros urbanos, em geral, e em Jerusalém, em particular. As comunidades agrícolas eram, portanto, relativamente autônomas e não deviam serviço militar (ao contrário do que ocorria com os vassalos na Europa). Com isso, os exércitos cruzados costumavam ser pequenos e recrutados dentre famílias francesas nas cidades.

O caráter urbano da região e a presença de mercadores italianos fizeram surgir uma economia mais comercial do que agrícola; a Palestina sempre fora um entreposto comercial e, agora, incluía rotas européias.

Como a nobreza preferia residir em Jerusalém (e não nas suas respectivas terras), exercia uma influência grande sobre o rei e formavam a chamada Haute Cour ("alta corte", em francês), uma forma primitiva de parlamento. Dentre as responsabilidades da corte, destacavam-se a confirmação da eleição de um rei, questões financeiras e o recrutamento de exércitos.

O problema da falta de soldados para o exército foi amenizado com a criação das ordens militares. Os Cavaleiros Templários e os Cavaleiros Hospitalários formaram-se nos primeiros anos do reino. Embora seus quartéis-generais estivessem em Jerusalém, mantinham guarnecidos vastos castelos e adquiriam terras que outros nobres não pudessem mais manter. As ordens militares estavam sob controle direto do papa, não do rei: eram basicamente autônomas e não deviam, em tese, nenhum tipo de serviço militar ao reino, embora na prática participassem de todas as grandes batalhas.

[editar] Meados do século XII

Em 1131, Balduíno II foi sucedido por sua filha, Melisende, que reinou juntamente com o marido, Fulque. Durante seu reinado, Jerusalém conheceu o auge da expansão econômica e artística. Fulque, um renomado comandante militar, logrou conter a ameaça representada pelo atabei de Mossul, Zengi. Mas a sua morte acidental em 1143 permitiu a Zengi tomar Edessa. Melisende, agora regente em nome de seu primogênito Balduíno III, nomeou Manassés de Hierges como condestável; em 1147 chegariam as tropas da Segunda Cruzada.

Balduíno III depôs a sua mãe em 1153 mas restaurou-a no papel de regente no ano seguinte. Também no mesmo ano, Balduíno logrou conquistar Ascalon aos Fatímidas. Por outro lado, Nuredin (ou Nur-Al-Din) unificou a Síria muçulmana ao tomar Damasco, agravando a ameaça contra os cruzados.

Balduíno III morreu em 1162 e sucedeu-o seu irmão, Amalrico I, cujo reinado foi dedicado a disputar o controle do Egito contra Nuredin e Saladino. Apesar do apoio do imperador bizantino, Manuel I Comneno, Amalrico não conseguiu o seu intento; sua morte e a de Nuredin fortaleceram a posição de Saladino.

[editar] A queda de Jerusalém

Saladino, o reconquistador dos estados cruzados no Levante

Sucedeu a Amalrico I seu filho adolescente, Balduíno IV, que sofria de lepra. O reinado deste último assistiu à formação de facções que apoiavam Raimundo III de Trípoli (o "partido dos nobres", que reunia os barões nativos) ou o cunhado incompetente do rei, Guy de Lusignan (o "partido da corte", apoiado pela família real).

Balduíno morreu em 1185 e sucedeu-o seu sobrinho menor, Balduíno V, filho de sua irmã Sibila. Balduíno V morreu menos de um ano depois e sua mãe assumiu o trono, juntamente com seu marido Guy de Lusignan. Este revelou-se um governante desastrado.

Seu aliado Reinaldo de Chtillon, senhor da Transjordnia e da fortaleza de Kerak, provocou Saladino a declarar guerra e, em 1187, o exército do reino foi aniquilado na Batalha de Hattin. Nos anos seguintes, Saladino avançou sobre todo o reino, exceto pelo porto de Tiro, bem defendido por Conrado de Montferrat.

A queda de Jerusalém comoveu a Europa e resultou na Terceira Cruzada. Graças aos esforços de Ricardo Coração-de-Leão, a maior parte das cidades costeiras da Síria, especialmente Acre, foi recuperada e o Tratado de Ramla foi assinado com Saladino após a Batalha de Arsuf. Conrado de Montferrat casou-se com Isabel, filha de Amalrico I, e foi feito rei, mas logo foi morto por assassinos nizaritas. Isabel casou-se então com Henrique II de Champanhe.

[editar] Os últimos anos

Nos cem anos seguintes, o Reino de Jerusalém resignou-se a ser um pequeno estado ao longo da costa da Síria. Sua capital passou a ser Acre e seu território incluía poucas cidades de monta (Beirute, Tiro). Uma Quarta Cruzada foi organizada após o fracasso da terceira, mas resultou apenas no saque de Constantinopla, em 1204.

Em 1205, a menor Maria de Montferrat, filha de Conrado e Isabel, tornou-se rainha, e casou-se em seguida com João de Brienne, que logrou manter o reino a salvo. A Quinta Cruzada de 1217, contra Damieta, no Egito, fracassou. Em 1229, o Imperador Frederico II, que era rei de Jerusalém devido ao seu casamento com a herdeira, recuperou a cidade por meio de tratado com o sultão Al-Kamil (Sexta Cruzada). Em 1244, os cristãos perdiam novamente a cidade.

No período de 1229 a 1268, o rei residiu na Europa. Os reis se faziam representar por regentes. O título foi herdado por Conrado IV, rei dos romanos, filho de Frederico II e Iolanda de Jerusalém, e posteriormente por seu filho Conrado III de Jerusalém.

Ao longo do século XIII, os mamelucos tomaram aos poucos os territórios do reino, até a queda de Acre, em 1291. O título de rei de Jerusalém foi então reivindicado pelos reis de Chipre e, até hoje, por diversos monarcas europeus.



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