[editar] Especificação da Abordagem Epidemiologica
Uma das classificações mais simples é feita em função dos objetivos do estudo, dividindo estes em Descritivos e Analíticos, contudo seus limites nem sempre são facilmente identificáveis. Os estudos descritivos geralmente se limitam ao registro da freqüência de eventos ou agravos patológicos observando sua variação no tempo e espaço. Enquanto que, os estudos analíticos têm como objetivo explicar as características dessa freqüência ou associações entre estas e outros fatores observados, a exemplo dos estudos que buscam estabelecer um nexo ou relação de causa efeito entre um determinado agente patogênico e um aspecto específico do meio ambiente, considerando-se a tríade de fatores que intervém e condicionam o aparecimento e desenvolvimento de uma doença (agente, hospedeiro, ambiente).
A grande maioria dos estudos epidemiológicos é observacional (não-experimental) referem-se à pesquisa de situações que ocorrem naturalmente, a exemplo das freqüências de nascimentos e óbitos, os estudos de intervenção (experimental) geralmente são associados à epidemiologia clínica, destinados à avaliação de da eficácia de medicamentos, vacinas, exames e procedimentos médico - terapêuticos.
De acordo com Almeida & Rouquayrol, 1992, o repertório da epidemiologia engloba convencionalmente quatro estratégias básicas de pesquisa:
- Estudos ecológicos
- Inquéritos tipo corte-transversal (seccionais)
- Estudos de caso-controle
- Estudos de coorte
Os estudos ecológicos abordam áreas geográficas, analisando comparativamente indicadores globais, quase sempre por meio de correlação entre variáveis ambientais (ou sócio-econômicas) e indicadores de saúde.
Os estudos seccionais ou estudos de corte transversal ou estudo de prevalência observam simultaneamente, em um mesmo momento histórico, o fator causal e o efeito de um determinado agravo ou patologia, não se prestando por isso à pesquisa de etiologia, revelando apenas medidas de associação entre o agravo e a condição atribuída, úteis para identificar grupos (fatores) de risco, gerar hipótese e descrever a prevalência de doenças.
O estudo de caso-controle, assim como o estudo de coorte, é um estudo longitudinal ou de seguimento onde se procura verificar a freqüência de um determinado agravo na presença ou ausência de um determinado fator condicionante/determinante (exposição) distinguindo-se do estudo de coorte pelo fato de que as pessoas foram escolhidas por estar doentes.
Os estudos de coorte são os únicos capazes de abordar hipóteses etiológicas produzindo estimativas de incidência. O termo coorte tem origem no império romano e designava unidades do exército que possuíam equipamentos e uniformes homogêneos. A técnica de elaboração de uma coorte propõe como seqüência lógica da pesquisa a anteposição das possíveis causas e a posterior busca de seus efeitos ou danos.