Mudanças na Filosofia da História a partir do Positivismo
A Revolução Industrial e o Iluminismo são as duas fontes históricas do Positivismo. Como corrente filosófica, as idéias e proposições de Augusto Comte não podem ser dissociadas destes movimentos sociais, políticos, econômicos e ideológicos. A Inglaterra e a França contribuíram com relevncia extraordinária no processo histórico que culminou na consolidação da modernidade. O século XIX consiste num tempo de intensa produção teórica filosófico cientifica e transformações econômicas e sociais. Nesse cenário convulsionado ocorrem os processos de unificação da Alemanha e da Itália, bem como, um intenso fluxo migratório da Europa para América. O Positivismo, um filho do Iluminismo, é formulado por Augusto Comte nesse cenário de transformações (Iluminismo, Revolução Industrial, grandes migrações).
Segundo Cotrim (1991, p. 177), "O termo positivismo foi adotado por Augusto Comte para designar toda uma diretriz filosófica marcada pelo: culto da ciência e pela sacralização do método científico."
Outro dado relevante do pensamento de Augusto Comte (1798-1857) é a afirmação categórica de uma visão materialista e naturalista, negando o metafísico e o transcendente ao fazer a exaltação das ciências sociais.
Segundo Comte (OS PENSADORES, 1996):
A verdadeira filosofia se propõe a sistematizar, tanto quanto possível, toda existência humana, individual e, sobretudo coletiva, contemplada ao mesmo tempo nas três ordens de fenômenos que caracterizam pensamento, sentimentos e atos. Sob todos esses aspectos, a evolução fundamental da humanidade é necessariamente espontnea, e a exata apreciação de sua marcha natural é a única a nos fornecer a base geral de uma sábia intervenção.
O Positivismo foi uma das correntes filosóficas mais influentes em vários campos do conhecimento. No campo da História seu legado reverberou durante todo século XX (principalmente no Brasil e outros países sul americanos).
Na Filosofia da História segundo o Positivismo: há uma linearidade; tem como peculiaridade uma evolução da humanidade em três estados, o teológico, o metafísico e o positivo; as fontes históricas devem ser os documentos oficiais; a própria construção historio gráfica não pode ser separada da figura do herói, do grande homem que conduz a sociedade e a própria história; o foco político é absoluto na visão positivista. Somente com o advento da filosofia de Marx e Engels, e na década de vinte do século XX com a Nova História, é que o Positivismo teve seus fundamentos abalados e a Filosofia da História tem seus parmetros redirecionados.
Referências
- ↑ MARTINS FILHO, Ives Gandra S. Manual Esquemático de Filosofia. 3a. ed. São Paulo: LTr, 2006, pg. 312. ISBN 85-361-0825-8
[editar] Bibliografia
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da filosofia: para uma geração consciente. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 1991.
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. 26. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
LINS, Ivan. História do positivismo no Brasil. 2. ed. São Paulo: Nacional, 1964.
OS PENSADORES. Augusto Comte. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
VALENTIM, Oséias Faustino. A Influência da Filosofia Positivista nos Fundamentos da Constituição de 1891. 2009. 64 f. Monografia (Graduação em História) - Universidade do Sul de Santa Catarina, Tubarão, 2009.