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General: Beijo Eterno (Castro Alves)
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De: cleolindinha (Mensaje original) |
Enviado: 15/08/2009 14:39 |
Beijo eterno
Quero um beijo sem fim,
Que dure a vida inteira e aplaque o meu desejo!
Ferve-me o sangue.
Acalma-o com teu beijo,
Beija-me assim!
O ouvido fecha ao rumor
Do mundo, e beija-me, querida!
Vive só para mim, só para a minha vida,
Só para o meu amor!
Fora, repouse em paz
Dormindo em calmo sono a calma natureza,
Ou se debata, das tormentas presa,
Beija inda mais!
E, enquanto o brando calor
Sinto em meu peito de teu seio,
Nossas bocas febris se unam com o mesmo anseio,
Com o mesmo ardente amor!...
Diz tua boca: "Vem!"
Inda mais! diz a minha, a soluçar... Exclama
Todo o meu corpo que o teu corpo chama:
"Morde também!"
Ai! morde! que doce é a dor
Que me entra as carnes, e as tortura!
Beija mais! morde mais!
que eu morra de ventura,
Morto por teu amor!
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De: Bete |
Enviado: 15/08/2009 14:49 |
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Castro Alves |
Tudo vem me lembrar que tu fugiste, Tudo que me rodeia de ti fala. Inda a almofada, em que pousaste a fronte O teu perfume predileto exala
No piano saudoso, à tua espera, Dormem sono de morte as harmonias. E a valsa entreaberta mostra a frase A doce frase qu'inda há pouco lias.
As horas passam longas, sonolentas... Desce a tarde no carro vaporoso... D'Ave-Maria o sino, que soluça, É por ti que soluça mais queixoso.
E não vens te sentar perto, bem perto Nem derramas ao vento da tardinha, A caçoula de notas rutilantes Que tua alma entornava sobre a minha.
E, quando uma tristeza irresistível Mais fundo cava-me um abismo n'alma, Como a harpa de Davi teu riso santo Meu acerbo sofrer já não acalma.
É que tudo me lembra que fugiste. Tudo que me rodeia de ti fala... Como o cristal da essência do oriente Mesmo vazio a sndalo trescala.
No ramo curvo o ninho abandonado Relembra o pipilar do passarinho. Foi-se a festa de amores e de afagos... Eras — ave do céu... minh'alma — o ninho!
Por onde trilhas — um perfume expande-se Há ritmo e cadência no teu passo! És como a estrela, que transpondo as sombras, Deixa um rastro de luz no azul do espaço...
E teu rastro de amor guarda minh'alma, Estrela que fugiste aos meus anelos! Que levaste-me a vida entrelaçada Na sombra sideral de teus cabelos!...
| As Duas Flores Castro Alves
São duas flores unidas São duas rosas nascidas Talvez do mesmo arrebol, Vivendo, no mesmo galho, Da mesma gota de orvalho, Do mesmo raio de sol.
Unidas, bem como as penas das duas asas pequenas De um passarinho do céu... Como um casal de rolinhas, Como a tribo de andorinhas Da tarde no frouxo véu.
Unidas, bem como os prantos, Que em parelha descem tantos Das profundezas do olhar... Como o suspiro e o desgosto, Como as covinhas do rosto, Como as estrelas do mar.
Unidas... Ai quem pudera Numa eterna primavera Viver, qual vive esta flor.
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“Não se pode, portanto, criticar o romance por seu fascínio pelos encontros misteriosos dos acasos, mas se pode, com razão, criticar o homem por ser cego a esses acasos, privando assim a vida da sua dimensão de beleza.” (Milan Kundera) ‘A insustentável leveza do ser’.
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