A descoberta das primeiras jazidas na terra posteriormente, e por isso mesmo, chamada Minas Gerais provocou verdadeira febre: gente de todo tipo acorreu em busca de riquezas. Dizia-se que o reino esvaziou... Houve conflitos, guerras, mudanças profundas. Nem por isso o Brasil ficou mais rico. 20% do ouro transformado em barras nas Casas de Fundição (pois era proibido negociar ou manter ouro em pó ou em pepitas) já ficava ali, era o quinhão da Coroa. E o resto acabava partindo, pagando escravos, implementos, armas, mantimentos, vinho. Mas tampouco permaneceu em Portugal: foi parar nas mãos dos ingleses.
O conflito entre os paulistas descobridores do ouro e os portugueses, reinóis recém chegados, que queriam datas ou terras nas minas, provocou mortandade no Rio das Mortes, onde hoje está a cidade de São João del-Rei. Os forasteiros ficaram apelidados emboabas.
Procurando dar fim à rivalidade, a Coroa interveio na na região e passou a exercer o controle econômico da minas. Em Julho de 1711, D. João V elevou São Paulo à categoria de cidade, dela separando administrativamente a região das minas. Além dessa que mencionados e se chamou Guerra dos Emboadas, em 1708, houve em 1720 uma revolta em Vila Rica na qual foi enforcado Filipe dos Santos a mando do conde de Assumar.
Em 1720 tanta gente vinha para o Brasil catar ouro que a Metrópole foi obrigada a limitar as saídas, autorizadas somente mediante passaporte especial fornecido pelo governo. Acabaram criadas uma Intendência das minas, órgão diretamente vinculado ao rei, com as funções de distribuir terras para exploração do ouro, cobrar tributos, fiscalizar o trabalho dos mineradores. O controle da circulação do ouro se fazia nas Casas de Fundição, que o transformavam em barras e retirava o quinto. Mais tarde, fixada a quantidade de arrobas de ouro que anualmente deveriam, forçosamente, ser enviadas a Portugal, quando não se completavam, era feita a terrível derrama. Com a expansão bandeirante, foi descoberto ouro no Mato Grosso em 1718 e em Goiás em 1725. O abastecimento das novas capitanias (Mato Grosso e Goiás) ficava na responsabilidade das monções, cortejo de canoas que realizava longo e difícil percurso até atingir os sertões do centro-oeste.
Depois, acharam-se diamantes. Durante dez anos, aliás, haviam saído contrabandeados para o porto de Salvador... Calcula-se que, entre 1730 a 1830, produziram-se em Minas Gerais cerca de 610 quilos. Preocupado com o contrabando, a Metrópole criou a Intendência dos Diamantes, que passou a funcionar a partir de Agosto de 1771 com a função básica de fiscalizar a exploração dos diamantes e proceder à cobrança de impostos. Delimitou-se todo um Distrito, intitulado Distrito Diamantino, terra fechada, sem estradas, sem caminhos. Choviam proibições na colônia: em 1751 foi proibido o ofício de ourives em Minas, para evitar o extravio; em 1766 a proibição se estendeu à Bahia, Pernambuco e Rio. Em 1785, proibiram-se todas manufaturas têxteis. Em 1795, proibição da instalação de indústria de ferro.
Mesmo assim fundavam-se cidades, como Rio Grande, em 19 de fevereiro de 1737, pelo brigadeiro José da Silva Pais.
Em 1751, surgiu o Estado do Grão-Pará e Maranhão, causado pela expansão do Estado do Maranhão rumo à Amazônia. No ano de 1772, foi repartido: parte do território foi anexado à Capitania de São José do Rio Negro, passando a constituir o estado do Grão-Pará e Rio Negro, com capital em Belém: outra parte foi anexada às terras do estado do Piauí, passando a constituir o estado do Maranhão e Piauí, com capital em São Luís.
No nordeste, a exploração do açúcar originara uma sociedade rural, dominada pelos senhores de engenho e tendo na base os escravos e dependentes. Em Minas Gerais, a exploração do ouro fez nascer uma sociedade urbana, heterogênea, composta de comerciantes, funcionários do rei, profissionais liberais e vastíssima multidão de escravos. Os escravos chegaram a constituir, em 1786, 75% da população mineira. A ascensão social era também mais fácil do que no Nordeste açucareiro.
No fim desse século, houve a Inconfidência Mineira, em 1789, e pouco depois a Conjuração Baiana (1798). O Brasil acordava.