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General: A POESIA E OS POETAS
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De: Jota Há (Mensaje original) |
Enviado: 13/10/2009 15:09 |
A POESIA E OS POETAS
Jota Há
Após a dissolução do “Dadaísmo” * em 1921, surgiu o movimento que se convencionou chamar “Surrealismo”. Sob a liderança de André Breton, deu-se o primeiro manifesto em 1924, mas já antes da aparição desse documento, os primeiros surrealistas se haviam aglutinado em torno da revista Litterature.
O ambiente em Paris, principalmente, nessa época, vindo do após-guerra, era de grande efervescência literária, filosófica, social, política e econômica. A Primeira Guerra Mundial havia levado a inquietação e o desgosto a todas as partes do mundo.
Já o movimento “DADA” reunira em Zurique, no ano de 1916, um elenco de artistas em torno de Tristan Tzara, como um desfecho do estado de espírito de criaturas desesperadas pela autofagia humana e mundana, que não crê em mais nada de estável e permanente.
O homem total desejoso e apaixonado aparece numa tensão quase insustentável e como que bipartido entre sua dinamização e seu aniquilamento.
Apreciando o panorama da cultura ocidental, a partir do século XIX, Yves Duplessis salienta que “a idéia de que a atividade do poeta é um meio para penetrar no mistério de uma supranatureza ficava enriquecida de uma mística que brotava da revolta rimbaudiana”.
Assim, em todos os domínios do pensamento assistimos a uma revolução do mobilismo universal onde o devenir** constituía o núcleo da vida das imagens que jamais poderia ser entendido pela razão.
Perdão eu peço a todos que este texto ler, e explico, eu adoro esta matéria e, se eu não me policiar permaneço aqui escrevendo muito para dizer tão pouco. Então não estranhem este corte brusco é até contra meus princípios, mas... Convenhamos!
O surrealismo tendo por principio que a poesia é o caminho da liberdade, apegou-se a esta forma literária para extravasar todos os impulsos que lhe vêm da alma, ainda que neste movimento artístico não se pense confundir poesia e literatura, pois a literatura é rejeitada pelos surrealistas em nome da própria poesia.
A poesia, segundo Breton “é o domínio do maravilhoso e o maravilhoso é sempre belo. A poesia não nos interessa na forma de uma narrativa, ela nos transforma pela emoção que dela nos faz nascer. A poesia é o lugar de nossa liberdade e nos permite dar a todas as coisas, a forma de nossos desejos. A poesia é, portanto, o ponto que une o mundo da realidade a este do sonho maravilhoso”.
Já para Yves Duplessis cada homem é um poeta que se ignora – talvez eu esteja inserido neste conceito.
* Movimento artístico e literário, aparecido na França em 1916,
o qual preconizava a volta de um primitivismo infantil.
** Filos. Série de mudanças concretas pelas quais passa um ser.
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De: Jota Há |
Enviado: 19/10/2009 17:40 |
Obrigado pela sua atenção,
leitura, comentário e postagem.
Beijos
Jota Há |
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De: Jota Há |
Enviado: 19/10/2009 17:42 |
Obrigado pela sua especial atenção,
leitura e as bonitas postagens.
Beijos
Jota Há |
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De: Jota Há |
Enviado: 19/10/2009 17:43 |
Obrigado pela sua atenção,
leitura e a bonita postagem.
Beijos
Jota Há |
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De: ZÉMANEL |
Enviado: 19/10/2009 17:44 |
O Acto Poético
O acto poético é o empenho total do ser para a sua revelação. Este fogo do conhecimento, que é também fogo de amor, em que o poeta se exalta e consome, é a sua moral. E não há outra. Nesse mergulho do homem nas suas águas mais silenciadas, o que vem à tona é tanto uma singularidade como uma pluralidade. Mas, curiosamente, o espírito humano atenta mais facilmente nas diferenças do que nas semelhanças, esquecendo-se, e é Goethe quem o lembra, que o particular e o universal coincidem, e assim a palavra do poeta, tão fiel ao homem, acaba por ser palavra de escndalo no seio do próprio homem. Na verdade, ele nega onde outros afirmam, desoculta o que outros escondem, ousa amar o que outros nem sequer são capazes de imaginar. Palavra de aflição mesmo quando luminosa, de desejo apesar de serena, rumorosa até quando nos diz o silêncio, pois esse ser sedento de ser, que é o poeta, tem a nostalgia da unidade, e o que procura é uma reconciliação, uma suprema harmonia entre luz e sombra, presença e ausência, plenitude e carência.
Eugénio de Andrade, in 'Rosto Precário' |
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De: ZÉMANEL |
Enviado: 19/10/2009 17:44 |
O Problema da Sinceridade do Poeta
O poeta superior diz o que efectivamente sente. O poeta médio diz o que decide sentir. O poeta inferior diz o que julga que deve sentir. Nada disto tem que ver com a sinceridade. Em primeiro lugar, ninguém sabe o que verdadeiramente sente: é possível sentirmos alívio com a morte de alguém querido, e julgar que estamos sentindo pena, porque é isso que se deve sentir nessas ocasiões. A maioria da gente sente convencionalmente, embora com a maior sinceridade humana; o que não sente é com qualquer espécie ou grau de sinceridade intelectual, e essa é que importa no poeta. Tanto assim é que não creio que haja, em toda a já longa história da Poesia, mais que uns quatro ou cinco poetas, que dissessem o que verdadeiramente, e não só efectivamente, sentiam. Há alguns, muito grandes, que nunca o disseram, que foram sempre incapazes de o dizer. Quando muito há, em certos poetas, momentos em que dizem o que sentem.
Aqui e ali o disse Wordsworth. Uma ou duas vezes o disse Coleridge; pois a Rima do Velho Nauta e Kubla Khan são mais sinceros que todo o Milton, direi mesmo que todo o Shakespeare. Há apenas uma reserva com respeito a Shakespeare: é que Shakespeare era essencial e estruturalmente factício; e por isso a sua constante insinceridade chega a ser uma constante sinceridade, de onde a sua grandeza. Quando um poeta inferior sente, sente sempre por caderno de encargos. Pode ser sincero na emoção: que importa, se o não é na poesia? Há poetas que atiram com o que sentem para o verso; nunca verificaram que o não sentiram. Chora Camões a perda da alma sua gentil; e afinal quem chora é Petrarca. Se Camões tivesse tido a emoção sinceramente sua, teria encontrado uma forma nova, palavras novas — tudo menos o soneto e o verso de dez sílabas. Mas não: usou o soneto em decassílabos como usaria luto na vida. O meu mestre Caeiro foi o único poeta inteiramente sincero do mundo.
Fernando Pessoa, in 'Ideias Estéticas - Da Literatura'
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De: ZÉMANEL |
Enviado: 19/10/2009 17:45 |
Sem Poesia Não Há Humanidade
Sem Poesia não há Humanidade. É ela a mais profunda e a mais etérea manifestação da nossa alma. A intuição poética ou orfaica antecede, como fonte original, o conhecimento euclidiano ou científico. E nos dá o sentido mais perfeito e harmónico da vida. Aperfeiçoando o ser humano, afasta-o do antropóide e aproxima-o dos antropos. Que a mocidade actual, obcecada pela bola e pelo cinema, reduzida quase a uma fotografia peculiar e uma espécie de máquina de fazer pontapés, despreza o seu aperfeiçoamento moral; e, com o seu fato de macaco, prefere regressar à Selva a regressar ao Paraíso. E assim, igualando-se aos bichos, mente ao seu destino, que é ser o coração e a consciência do Universo: o sagrado coração e o santo espírito. Eis o destino do homem, desde que se tornou consciente. E tornou-se consciente, porque tal acontecimento estava contido nas possibilidades da Natureza. Sim, a nossa consciência é a própria Natureza numa autocontemplação maravilhosa. Ou é o próprio Criador numa visão da sua obra, através do homem. E, vendo-a, desejou corrigi-la, transfigurando-se em Redentor.
Teixeira de Pascoaes, in "A Saudade e o Saudosismo" |
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De: Jota Há |
Enviado: 19/10/2009 17:45 |
Obrigado pela sua atenção e
a bonita postagem "alozinho",
Beijos
Jota Há
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De: ZÉMANEL |
Enviado: 19/10/2009 17:45 |
A Essência da Poesia
Não aprendi nos livros qualquer receita para a composição de um poema; e não deixarei impresso, por meu turno, nem sequer um conselho, modo ou estilo para que os novos poetas recebam de mim alguma gota de suposta sabedoria. Se narrei neste discurso alguns sucessos do passado, se revivi um nunca esquecido relato nesta ocasião e neste lugar tão diferentes do sucedido, é porque durante a minha vida encontrei sempre em alguma parte a asseveração necessária, a fórmula que me aguardava, não para se endurecer nas minhas palavras, mas para me explicar a mim próprio. Encontrei, naquela longa jornada, as doses necessárias para a formação do poema. Ali me foram dadas as contribuições da terra e da alma. E penso que a poesia é uma acção passageira ou solene em que entram em doses medidas a solidão e solidariedade, o sentimento e a acção, a intimidade da própria pessoa, a intimidade do homem e a revelação secreta da Natureza. E penso com não menor fé que tudo se apoia - o homem e a sua sombra, o homem e a sua atitude, o homem e a sua poesia - numa comunidade cada vez mais extensa, num exercício que integrará para sempre em nós a realidade e os sonhos, pois assim os une e confunde.
E digo igualmente que não sei, depois de tantos anos, se aquelas lições que recebi ao cruzar um rio vertiginoso, ao dançar em torno do crnio de uma vaca, ao banhar os pés na água purificadora das mais elevadas regiões, digo que não sei se aquilo saía de mim mesmo para se comunicar depois a muitos outros seres ou era a mensagem que os outros homens me enviavam como exigência ou embrazamento. Não sei se aquilo o vivi ou escrevi, não sei se foram verdade ou poesia, transição ou eternidade, os versos que experimentei naquele momento, as experiências que cantei mais tarde. De tudo aquilo, amigos, surge um ensinamento que o poeta deve aprender dos outros homens. Não há solidão inexpugnável. Todos os caminhos conduzem ao mesmo ponto: à comunicação do que somos. E é necessário atravessar a solidão e aspereza, a incomunicação e o silêncio para chegar ao recinto mágico em que podemos dançar com hesitação ou cantar com melancolia, mas nessa dança ou nessa canção acham-se consumados os mais antigos ritos da consciência; da consciência de serem homens e de acreditarem num destino comum.
Pablo Neruda, in 'Nasci para Nascer' (Discurso na entrega do Prémio Nobel)
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De: ZÉMANEL |
Enviado: 19/10/2009 17:46 |
Da Poesia e da Tragédia
Parece que a poesia tem inteiramente a sua origem em duas causas, ambas naturais. Porque a imitação é natural ao homem desde a infncia, e nisto difere dos outros animais, pois que ele é o mais imitador de todos, aprende as primeiras coisas por meio da imitação, e todos se deleitam com as imitações. É prova disto o que acontece a respeito dos artífices, porque nós contemplamos com prazer as imagens mais exactas daqueles mesmos objectos para que olhamos com repugnncia; por exemplo, a representação de animais ferocíssimos e de cadáveres. E a razão disto é porque o aprender é coisa que muito apraz não só aos filósofos, mas também igualmente aos demais homens, posto que estes sejam menos instruídos. Por isso se alegram de ver as imagens, pois que, olhando para elas, podem aprender e discorrer o que uma delas é e dizer, por exemplo: isto é tal; porque, se suceder que alguém não tenha visto o original, não recebe então prazer da imitação, mas ou da beleza da obra, ou das cores, ou de outro algum motivo semelhante.
Sendo, pois, própria da nossa natureza a imitação, também o é a harmonia e o ritmo (porque é claro que os metros são parte do ritmo). Os que ao princípio se sentiram com maior inclinação natural para estas coisas, adiantando-se pouco a pouco, deram origem à poesia com obras feitas de improviso. Ora a poesia tomou diversas formas, segundo o diferente natural de cada um; porque os homens que tinham mais gravidade e elevação imitavam as acções boas e a fortuna dos bons; e os que eram de génio humilde imitavam as acções dos maus, escrevendo ao principio vitupérios, assim como os outros compunham hinos e louvores. [...] Falemos agora da tragédia, deduzindo a sua verdadeira definição do que temos dito. É, pois, a tragédia a imitação de uma acção grave e inteira de justa grandeza em estilo suave, mas de várias espécies, de que se serve separadamente nos seus lugares, a qual, não por meio da narração, mas sim pela compaixão e terror, consegue o expurgar-nos de semelhantes paixões. Chamo estilo suave ao que tem ritmo, harmonia e melodia. Chamo servir-se separadamente de cada uma das espécies ao executar algumas coisas somente pelo metro e outras pela melodia. [...] O belo (ou seja animal, ou outra qualquer coisa), sendo composto de algumas partes, não só deve ter estas por boa ordem, mas também deve ter uma certa grandeza não arbitrária; porquanto o belo consiste na grandeza e na ordem e, por isso, nem seria belo um animal muito pequeno, porque a vista, quando se olha para alguma coisa por tempo imperceptível, quase se confunde, nem também muito grande, porque então não se vê ao mesmo tempo aquele todo, e a unidade do ponto de vista escapa aos espectadores, como se houvesse um animal do comprimento de dez mil estádios. Pelo que, assim como tanto nos corpos como nos animais deve haver grandeza e esta deve ser capaz de se compreender bem com a vista, assim também as fábulas devem ter extensão e esta há-de ser fácil de compreender com a memória.
Aristóteles, in ' Poética ' |
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Ainda quero ir para a terra dos sonhos, Talvez lá eu encontre o que realmente procuro, Não é tão difícil assim, Mas requer um pouco de sensibilidade.
Ainda quero ir para a terra dos sonhos, onde Eu não vou precisar pedir, Tenho certeza que a reciprocidade vai ser a mesma Com muito carinho para eu não esquecer de sentir
Eu vou para terra dos sonhos para não ter dissabores nem tristezas, onde só há encanto e beleza onde tudo tão simples me fará muito feliz
Vou logo para esse lugar onde eu possa encontrar, quem me embale com ternura, com afeto e com doçura
e eu vou, o mais breve possível para que seja inesquecível...
Zilá Fusaro
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MINHA LIRA A UM POETA Aqueles versos nobres, eficientes, Ofertados a mim por amizade, São masdeválias róscidas, virentes, E refletem a luz de uma verdade. Busquei em vão estrofes resplendentes Para te agradecer tanta bondade; Mas para galgar píncaros luzentes, A pobreza é o grilhão de uma vontade. Como não tenho pérola ou pepita, E sei que repudias a vaidade, Falo ao teu coração que me acredita: _Minha lira é sem luz, sem claridade. . . É amor que dentro d´alma canta, grita. . . É o soluçar dorido da Saudade! Tito Pereira (Do centro de letras do Paraná)1952
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ABRACE UM AMIGO Não importa o dia apenas abrace Abraço apertado, aconchegante Libere a tua vontade abrace Um amigo, conhecido um irmão Um animal de estimação ou não Apenas abrace, sinta o calor Em compartilhar um grande abraço Lembre-se que um simples abraço Consegue transmitir calor Amizade com alegria Pureza de um coração E faz alguém sorrir Feliz por tua amizade Um grande abraço
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