Ilustração de
Imhotep, o primeiro arquitecto conhecido.
Os criadores do legado egípcio chegam aos nossos dias anônimos, sendo que só em poucos casos se conhece efectivamente o nome do artista. Tão pouco se sabe sobre o seu carácter social e pessoal, que se crê talvez nem ter existido tal conceito no grupo artístico de então. Por regra, o artista egípcio não tem um sentido de individualidade da sua obra, ele efectua um trabalho consoante uma encomenda e requisições específicas e raramente assina o trabalho final. Também as limitações de criatividade impostas pelas normas estéticas, e as exigências funcionais de determinado empreendimento, reduzem o seu campo de actuação individual e, juntamente com o facto de ser considerado um executor da vontade divina, fazem do artista um elemento de um grupo anónimo que leva a cabo algo que o transcende.
O trabalho é efectuado em oficinas, onde se reunem os executores e os seus mestres nas diferentes tipologias artísticas, escultores, pintores, carpinteiros e mesmo embalsamadores. Nestes locais trabalha-se em série e os trabalhos saem em série.
No entanto é possível indentificar diferenças entre distintas obras e estilos que reflectem traços individuais de determinados artistas, onde se observam, por exemplo, inovações a nível de composição decorativa. Do mesmo modo tanto é possível reconhecer artistas com talento, genialidade e perfeito conhecimento dos materiais em obras de grande qualidade, como artistas que se limitam a fazer cópias.
Mas o artista é também visto como um indivíduo com uma tarefa divina importante. Mesmo que se trate de um executor ele necessita de contacto com o mundo divino para poder receber a sua força criadora. Sem ele não seria possível tornar visível o conteúdo espiritual, o invisível. O próprio termo para designar este executor, s-ankh, significa o que dá vida.
[editar] Variantes temporais
A arte egípcia prima, de um modo geral, pela constante homogeneidade e expressa um mundo pictórico e formal únicos. Esta característica cunha a arte de tal modo, que a identificação de determinada obra como pertencente a este grande movimento estilístico não oferece dificuldade. Contudo existem algumas nuances no seu eixo estruturador que são, em grande parte, resultado da sucessão de acontecimentos históricos.
[editar] Período Arcaico ou Tinita
Durante o Período Arcaico, e após a descoberta da escrita, o Egipto está unido e o seu desenvolvimento acelera, estabelecendo-se e cristalizando-se já aqui os traços principais do que será a arte egípcia. Pouco sobreviveu desta época, mas alguns túmulos e o seu respectivo recheio possibilitam uma ideia da arte da época. Perde-se o primitivismo formal e são ainda presentes alguma influências da arte mesopotmica, especialmente nas fachadas de templos, e domina ainda o uso do adobe cozido ao sol, substituído no final do período pela pedra