Império Antigo
A III dinastia é remetida por alguns autores já para o início do Império Antigo. Com a transição para a pedra surge também a arquitectura monumental e a vincada noção egípcia de eternidade vinculada ao faraó. A mastaba assume-se como o túmulo para particulares por excelência, inicialmente em forma quadrangular ou de pirmide truncada (mais tarde a pirmide de degraus). As proporções do corpo humano tornam-se mais equilibradas e harmoniosas, cresce a atenção ao pormenor. É também desta altura Imhotep, o nome do primeiro construtor a ficar registado, responsável pelo uso da pedra talhada e da sua aplicação, não só a uma função, como também a objetivos expressivos. A edificação assume um objetivo simbólico.
Com o Império Antigo estabelece-se a calma e a segurança, bases ao próspero e veloz desenvolvimento da sociedade onde se estabelecem hierarquias governamentais. Durante a IV dinastia edificam-se as monumentais pirmides faraónicas de Gizé (Quéfren, Quéops e Miquerinos) que fascinam pela sua impressionante construção. Talha-se a Esfinge perto da pirmide de Quefren em dimensões monumentais, assumindo-se e homenageando-se o poder faraónico, embora na V dinastia se reduzam as dimensões monumentais para proporções mais humanas. É também nesta altura que se impulsiona o gosto pelas estátuas-retrato de grande robustez pelo seu volume cúbico e imobilidade. As figuras apresentam-se de pé (em que a perna esquerda avança ligeiramente à frente) ou sentadas (na V dinastia surge também a posição do escriva sentado de pernas cruzadas) e denota-se a diferente coloração da pele usada nas figuras masculinas (mais escura) e femininas (mais clara). Em termos de decoração tumular propagam-se as representações realistas do quotidiano