[editar] Sacerdotes
Sacerdotes vestidos com pele de leopardo realizam rituais de purificação. Túmulo de Userhat. XIX Dinastia
No Antigo Egipto não existiu uma estrutura sacerdotal centralizada; cada Divindade possuía um grupo de homens e mulheres dedicados ao seu culto. O termo mais comum para designar um sacerdote em egípcio era hem-netjer, o que significa "Servo de Deus".
Não se sabe em que época da história egípcia se estruturou o grupo sacerdotal. Na época do Império Antigo os sacerdotes não estavam ainda organizados em corpos fixos como sucederá no Império Novo. De acordo com os Textos das Pirmides, datados do Império Antigo, os reis tinham cinco refeições diariamente, três no céu e duas na terra; estas últimas estavam a cargo dos sacerdotes funerários.
As fontes do Império Novo mostram que os sacerdotes estavam organizados em quatro grupos (em grego: phyles), cada um dos quais trabalhava durante um mês cada três meses. Durante os oito meses que tinham livres, os sacerdotes levavam uma vida comum inserida na comunidade, junto das suas esposas e filhos.
O clero egípcio estava estruturado de forma hierárquica. O rei era em teoria o líder de todos os cultos egípcios, mas como já foi referido este delegava o seu poder a outro homem devidamente preparado por Deus, o Sumo Sacerdote, que na hierarquia era seguido do segundo sacerdote, por sua vez seguido do terceiro e quartos sacerdote. O grupo seguinte era o dos "pais divinos" e dos "puros". Existiam também os sacerdotes leitores, os que calculavam o momento ideal para realizar um determinada cerimónia através da observação do sol ("horólogos") e os que determinavam os dias fastos e nefastos ("horóscopos"). Finalmente, pode distinguir-se um grupo dedicado aos serviços de manutenção do templo (imiu-seté).
As mulheres também trabalhavam nos templos seguindo o mesmo regime de rotatividade dos homens. Frequentemente estas mulheres eram esposas dos sacerdotes. As mulheres poderiam ser cantoras (chemait), músicas (hesit) ou dançarinas (khebait). Durante o Império Antigo e o Império Novo muitas mulheres da classe abastada serviram a deusa Hathor. No culto de Amon o cargo mais importante ocupado por mulheres era o de "Adoradora Divina". As mulheres que ocuparam este cargo foram filhas ou irmãs do faraó governante.