Meu amor!
Nunca pensei que meu coração fosse tão grande! Só descobri agora, quando vi alojada dentro dele, a montanha de saudades, que eu sinto de você. Eu fico olhando o mar, e penso que aquelas ondas enormes, se parecem com a minha saudade... que vem vindo, se avolumando cada vez mais, e quando a gente pensa que elas vão explodir o mundo, de repente param... e suavemente deitam-se na praia, gemendo. Eu lembro do seu sorriso... ele me lembra a gaivota, que esteve aqui, tão perto de mim, ao alcance da minha mão, e hoje é um pontinho no horizonte, quase se apagando nos olhos e na lembrança. Lembro das suas mãos, que um dia eu retive entre as minhas, das quais pude sentir o calor e a suavidade, e como se fossem o vento de outono, foram embora para longe, deixando-me apenas o desejo incontrolável de retê-las para sempre. Suas palavras doces passeiam no meu pensamento, como se fossem nuvens, que vão se desvanecendo lentamente, sem no entanto cairem no esquecimento. Até mesmo das suas palavras rudes eu me lembro, quando se despedia de mim com sarcasmo, sem me dar tempo de lhe responder, e me ocorre que elas foram como a chama, que se aproximou perigosamente da minha pele, sem no entanto queimar, apenas emanando o gostoso calor da provocação. E hoje... tudo é saudade! Que se agiganta dentro de mim a cada minuto, sem eu saber se amanhã ou depois, vai se deitar suavemente sobre a vida, como as ondas se deitam na praia. Se um dia eu tiver novamente o seu rosto em minhas mãos... se eu puder olhar nesses olhos maravilhosos que um dia eu olhei... eu acho que poderei descobrir a cor da saudade, e contarei ao mundo a minha descoberta. Vem amor... dê-me a chance de satisfazer a curiosidade do mundo!
Tere Penhabe
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