Platão fala de «hermafrodite», um ser mítico que habitou a terra antes de haver homens e mulheres. Esta criatura tinha características humanas, mas continham ambos os sexos num corpo. Dado ser completo em si mesmo, era tão poderoso que rivalizava os deuses. Por isso Zeus tomou um dos seus raios e dividiu a hermafrodite em dois sexos. Desde esse tempo, segundo o mito, homens e mulheres foram forçados a procurar-se um ao outro e a juntar-se para ultrapassar a sua imperfeição.
O mito da hermafrodite é uma tentativa poética em relação á necessidade de contacto humano que estudarei adiante. Dado que “nenhum homem é uma ilha intacta” como escreveu o poeta John Donne, não encontramos o nosso sentido para a vida sós. Pelo contrário, encontramos o nosso sentido da vida na relação com outras pessoas, membros da família, amigos, namorados.
A solidão constitui um lado perturbante da atracção. Trata-se de uma experiência dolorosa que se tem quando as nossas relações sociais não são adequadas. Esta é experienciada pelo ser humano em qualquer que seja o lugar que habite. É porventura difícil imaginar uma pessoa que não se tenha sentido sozinha alguma vez na sua existência.