De acordo com os pesquisadores, experimentos realizados com animais foram bem-sucedidos e testes em humanos começarão a ser realizados em aproximadamente três meses. Eles também acreditam que serão necessários três anos de estudos antes do desenvolvimento definitivo da técnica.
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O novo procedimento é realizado com a inserção de uma peça biodegradável no peito da mulher, com o formato do seu seio natural. A peça irá conter céulas-tronco do tecido gorduroso da própria mulher, que irão crescer e recriar a gordura presente no seio feminino. Phillip Marzella, que participou do estudo, afirma que a técnica é uma opção melhor que o implante de silicone ou outras cirurgias complexas.
Os primeiros testes serão feitos com uma peça não-biodegradável, mas os pesquisadores esperam logo desenvolver uma peça biodegradável, afirma Marzella. “Assim, a gordura pode crescer dentro da peça e depois ela desaparecerá do corpo naturalmente”, diz o pesquisador.
Segundo Marzella, duas abordagens foram feitas pela equipe para desenvolver a técnica. “A natureza abomina o vácuo, então como a peça é vazia, o corpo se encarrega de preenchê-la”, diz. “Para a segunda abordagem nós desenvolvemos uma substncia semelhante a um gel, que injetamos dentro da peça e que ajuda a estimular o crescimento”, afirma o pesquisador.
Técnicas semelhantes já foram testadas para a reconstrução da bexiga, mas esta é a primeira vez que um procedimento deste tipo é desenvolvido para o seio. “Esperamos que a técnica possa ser usada em outros órgãos utilizando o mesmo princípio – uma cavidade que protege e contém células enquanto elas crescem e restauram sua função normal” afirma Marzella. “Este é um grande passo para a medicina e cirurgias de reconstrução”, diz.
Atualmente, as técnicas utilizadas para a reconstrução das mamas após a mastectomia são arriscadas e complexas. Um dos métodos mais comuns usa músculos, gordura e pele do corpo da paciente para reformar o seio retirado. A cirurgia requer até um ano de recuperação e geralmente causa desconforto nas áreas de onde o músculo foi retirado, geralmente no abdome.
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A opção de implantes de silicone pode causar infecções, além do risco de problemas de deslocamento do implante, que lentamente infla após alguns meses, e é diferente dos implantes usados em cirurgias cosméticas. “Certamente a nova técnica não acabará com o trauma que as pacientes sofrem com o cncer, mas poderá oferecer a elas uma alternativa e um alívio, ao saber que o seio poderá ser reconstruído”, afirma Marzella.