A União Europeia anunciou nesta segunda-feira que enviará um total de 429 milhões de euros (o equivalente a mais de R$ 1 bilhão) em ajuda de curto e longo prazo ao Haiti, onde milhares de pessoas perderam a vida em consequência do terremoto que destruiu a capital, Porto Príncipe, na semana passada.

A decisão foi anunciada pela Alta Representante para a Política Exterior da UE, Catherine Ashton, ao final de uma reunião extraordinária sobre o tema com os ministros europeus de Desenvolvimento.

Do total, 122 milhões de euros serão gastos em ajuda humanitária urgente, 107 milhões de euros serão destinados à reparação imediata das infraestruturas básicas do país e outros 200 milhões de euros serão colocados "à disposição" do governo haitiano para a reconstrução do país a longo prazo.

Com essa iniciativa, a UE supera o montante de ajuda oferecido ao país caribenho pelos Estados Unidos, pelo Banco Mundial e pelo Fundo monetário Internacional (FMI), que anunciaram na semana passada o envio de cerca de 70 milhões de euros cada.

Segurança

O bloco europeu estuda agora a possibilidade de enviar a Haiti equipamentos e soldados, solicitados até agora de maneira informal pelas Nações Unidas (ONU) para ajudar o Haiti.

De acordo com o ministro espanhol de Relações Exteriores, Miguel Ángel Moratinos, cujo país exerce a Presidência rotativa da UE, cinco países - Espanha, França, Itália, Portugal e Holanda - estariam dispostos a enviar, no total, entre 140 e 150 militares.

"Temos que esperar o pedido formal antes de tomar uma decisão", explicou Moratinos.

Os ministros europeus também apoiaram a ideia de organizar uma conferência internacional para coordenar a ajuda internacional a Haiti e organizar o trabalho de reconstrução do país.

Ashton deverá viajar aos Estados Unidos nesta quarta-feira para tratar o tema com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

No mesmo dia, o comissário europeu para o Desenvolvimento, Karel de Gucht, viajará ao Haiti para avaliar pessoalmente as necessidades mais urgentes.

As conclusões dessas viagens servirão de base para uma nova discussão sobre a situação do país no dia 11 de fevereiro, dessa vez no nível de chefes de Estado e de governo da UE, que se reunirão em Bruxelas para uma cúpula informal.

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