Quando me são quaisquer versos
Com ou sem metalinguagem,
métrica ou as tais metáforas,
quero-os na minha mão
para acariciá-los, sem baço.
Sejam de poesias simples, frouxas
Feitas de palavras livremente soltas
Com ou sem pretensão erudita
Mesmo circunspectas ou loucas
Para minha pura diversão.
Que venham os poemas trigueiros
Advindo dos ditos falsos poetas
Ou dos exibicionistas verdadeiros
Mas que me dêem prazer de ler
Com muito gosto, cheiro e som.
Pois da árvore alta, há fruta
E que de podre cai ao chão
Assim são todas as palavras
Peguemo-las, até simulacros
Qual sementes em extinção.
Não sou dado há reprimendas
Mas poesia, mesmo tola, é sagrada
Pois, não trato a palavra de “merda”.
Cesso aqui para não embotar o verso
Prefiro não mais comentar. Merda!